Enquanto a população sofre com a falta de ônibus provocada pela greve dos rodoviários, que completa cinco dias nesta sexta-feira, a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado do Rio Grande do Sul trocam farpas por meio de notas oficiais e declarações no Twitter.
Na manhã de hoje o prefeito de Porto Alegre José Fortunati (PDT) disse em coletiva de imprensa que precisaria da "segurança pública" para colocar os ônibus nas ruas - por conta de depredações - enviando ofício ao comando da Brigada Militar (PM local), além de ter pedido ajuda da Força Nacional.
"Isto é fundamental, hoje está mais do que claro. Para que nós consigamos colocar ônibus nas ruas, nós precisamos da segurança pública. E quem faz a segurança é a Brigada Militar. Já entramos com a ação. Oficiei o comandante da Brigada Militar. Como não obtive resposta até poucos minutos atrás, estou entrando com representação junto ao TRT. Primeiro, para que solicite que a Brigada Militar cumpra com o seu papel e, segundo, para agendar uma nova audiência de conciliação ainda hoje", disse o prefeito de Porto Alegre.
Poucas horas depois, o governo do Rio Grande do Sul divulgou uma nota oficial negando que tivesse recebido algum ofício pedindo atuação da PM, além de adiantar uma resposta que deveria ser dada pelo governo federal sobre a atuação da Força Nacional, na qual fala até de "regime de exceção".
"As ações da Brigada Militar, relativamente aos piquetes dos trabalhadores, devem ser orientadas por ordem judicial e não por determinação do Comando da Brigada ou do secretário de Segurança, pois isso seria extravasar a competência constitucional da corporação e transformar um conflito coletivo do trabalho numa questão política de Estado, como ocorria nas épocas do regime de exceção... A Força Nacional só pode ser convidada a atuar no Rio Grande do Sul pelo governo do Estado, não por prefeituras. Não há nenhuma necessidade de atuação da Força Nacional no Rio Grande do Sul nas atuais circunstâncias", diz trecho da nota divulgada.
Enquanto os governantes se comunicavam pela imprensa, a cidade continuava sem ônibus. Na manhã de hoje foi descumprida uma trégua firmada entre os rodoviários e empresários no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, que determinava que 50% deveriam operar, com o serviço voltando à normalidade a partir de sábado, por um prazo de 12 dias, enquanto as negociações eram retomadas.
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Na reunião de ontem, os empresários se mostravam irredutíveis, e diziam que só voltariam a negociar caso os rodoviários voltassem ao trabalho. Desde o começo de 2013 as empresas têm reclamado de prejuízos milionários após uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul verificar inconformidades no cálculo tarifário, baixando o valor da passagem.
Agravo da situação
O relatório só deve ser votado no dia 12 fevereiro, mas desde os primeiros dias de janeiro a prefeitura dizia que não aumentaria o valor da passagem até que o TCE finalizasse a auditoria. A situação que ficou ainda pior com o dissídio dos rodoviários concedido no começo do ano, o que motivou a greve mediante a negativa dos empresários em conceder o aumento pedido.
Junto a isso, o sindicato dos rodoviários demonstra um claro racha interno. Uma parte é acusada de ceder a pressões do empresariado, enquanto a outra teria relação com setores e partidos políticos mais radicais que estariam procurando ganho político com a situação.
Mas as duas partes tem em comum a falta de representatividade e liderança do movimento grevista. Logo após a audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, os representantes dos grevistas que estiveram no encontro foram vaiados por quase duas centenas de trabalhadores, quando comunicaram sobre o que havia sido acordado.
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O resultado disso, é que na manhã de hoje os corredores de ônibus de Porto Alegre amanheceram mais uma vez vazios, enquanto o usuário paga mais caro por transporte clandestino, ou anda quilômetros para chegar ao trabalho.
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27 de janeiro - Motoristas de ônibus cruzaram os braços no primeiro dia da greve dos rodoviários que afeta o transporte coletivo de Porto Alegre. Apenas 30% da frota está nas ruas, com os demais ônibus parados em garagens. Entre outras reivindicações, os rodoviários pedem reajuste salarial
Foto: Fernando Teixeira
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27 de janeiro - A frota de táxis foi alertada sobre a greve e está mobilizada. Veículos se tornaram alternativa enquanto dura a greve dos rodoviários, que começou no dia 27 de janeiro e segue por tempo indeterminado
Foto: Fernando Teixeira
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27 de janeiro - Filas em parada de ônibus em Porto Alegre: cena que se repetiu em diversos pontos da capital gaúcha no primeiro dia da paralisação. A greve dos rodoviários deve afetar, ao todo, mais de 1 milhão de passageiros
Foto: Fernando Teixeira
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28 de janeiro - Rodoviários decidem entrar em greve total em Porto Alegre. Todos os ônibus que estavam na rua voltaram para as garagens
Foto: Fernando Teixeira
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30 de janeiro - Grevistas bloquearam a entrada da garagem da Carris, impedindo a saída de ônibus no quatro dia de greve. Apesar disso, algumas empresas voltaram a colocar veículos nas ruas
Foto: Fernando Teixeira
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30 de janeiro - Após quase duas horas e meia de negociação na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região (TRT-4), em Porto Alegre, as empresas de ônibus, sindicato dos rodoviários e prefeitura negociaram uma trégua na greve por 10 dias
Foto: Daniel Favero
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30 de janeiro - Após muito diálogo, ficou acordado que o plano de saúde será prorrogado por 10 dias, além de R$ 1 de aumento o vale alimentação, para que as negociações possam ser retomadas
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Preocupado com possíveis protestos em meio à greve que afeta desde 27 de janeiro o transporte público em Porto Alegre, um empresário vestido como Zorro resolveu alertar a população munido de um cartaz e distribuindo panfletos no Centro da capital gaúcha. Em sincronia com o pedido do José Fortunati (PDT) de solicitar apoio da Brigada Militar para deixar os ônibus saíram das garagens, o "super-herói" pede ajuda da Força Nacional para garantir a circulação dos coletivos e a segurança da população
Foto: Guilherme Justino
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31 de janeiro - Reunidos em assembleia no Ginásio Municipal Tesourinha, os rodoviários de Porto Alegre decidiram, por ampla maioria, manter a greve da categoria, que já dura cinco dias
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Reunidos em assembleia no Ginásio Municipal Tesourinha, os rodoviários de Porto Alegre decidiram, por ampla maioria, manter a greve da categoria, que já dura cinco dias
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Do lado de fora da assembleia, militantes de partidos de oposição ao prefeito José Fortunati distribuíam panfletos de apoio aos grevistas
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - militantes de partidos de oposição ao prefeito José Fortunati distribuíam panfletos de apoio aos grevistas
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Cerca de 300 pessoas se reúnem em frente à prefeitura de Porto Alegre para um ato de apoio à greve dos rodoviários
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Fila de passageiros à espera de lotação faz a curva na esquina em frente à prefeitura de Porto Alegre, onde um ato marca apoio à greve
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Passageiros enfrentam longa fila na espera por ônibus-lotação na rua Sete de Setembro, no centro de Porto Alegre
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Boneco representando o prefeito Fortunati é queimado durante manifestação
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Ativistas protestam em frente ao prédio do jornal Zero Hora
Foto: Cau Guebo
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31 de janeiro - A Brigada Militar deslocou a cavalaria e o Choque para proteger o prédio da empresa privada
Foto: Cau Guebo
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31 de janeiro - Rodoviários e ativistas do Bloco de Lutas realizam protesto em frente à sede do jornal Zero Hora, da empresa RBS
Foto: Cau Guebo
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1º de fevereiro - O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, anuncia que vans escolares serão autorizadas a fazer transporte coletivo na capital a preço de táxi-lotação: R$ 4,20
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Ônibus improvisado da Teka Transportes no centro de Porto Alegre operando no trajeto da linha Pinheiro 398
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Sandra, que já trabalha com transporte escolar na Restinga e tem bons conhecimentos do circuito e da população, está fazendo o trajeto Centro-Restinga
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Sandra, motorista da van escolar, acomoda suas passageiras, antes de iniciar nova viagem até a Restinga
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Passagem na linha improvisada de R$ 3,00 - preço na linha oficial é R$ 2,85
Foto: Felipe Schroeder Franke
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3 de fevereiro - Em nova audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os representantes dos rodoviários de Porto Alegre sinalizaram com a possibilidade de voltar ao trabalho
Foto: Marcelo Miranda Becker
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3 de fevereiro - Em acordo firmado junto ao sindicato patronal, os trabalhadores se comprometeram a retomar a circulação dos ônibus da capital a partir do meio-dia de terça-feira. O fim da greve, entretanto, depende de aprovação em assembleia prevista para ocorrer às 8h, no ginásio Tesourinha
Foto: Marcelo Miranda Becker
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4 de fevereiro - Rodoviários participam de assembleia na manhã desta terça-feira em Porto Alegre para decidir futuro da greve do transporte público na capital gaúcha
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Rodoviários se reúnem no Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre, para decidir se aceitam a proposta definida em reunião na segunda-feira
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Assembleia dos rodoviários irá definir se categoria aceita a proposta formulada em reunião na segunda-feira
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Um das arquibancadas do Ginásio Tesourinha lota para a assembleia dos rodoviários em Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Rodoviários rejeitaram nesta terça-feira a proposta feita ontem para tentar fazer voltar às ruas parte da frota de ônibus de Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Após rejeição de proposta, greve geral continua em Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Votação em assembleia começou com quase duas horas de atraso
Foto: Guilherme Justino
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6 de fevereiro - Terminou sem acordo a quarta audiência de mediação entre os rodoviários em greve e os representantes das empresas de ônibus de Porto Alegre. Após a reunião fracassada, o Ministério Público ajuizou ação de dissídio coletivo, que será julgado pela Justiça do Trabalho
Foto: Marcelo Miranda Becker
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10 de janeiro - Durante assembleia, ginásio onde se reuniram os rodoviários sofreu uma queda de energia elétrica
Foto: Marcelo Backer
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10 de janeiro - Mesmo mantendo o estado de greve, a categoria se comprometeu a colocar 100% dos ônibus nas ruas já amanhã, enquanto seguem as negociações entre os trabalhadores e a patronal
Foto: Marcelo Backer
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10 de janeiro - Em assembleia na noite desta segunda-feira, no ginásio Tesourinha, a maioria dos rodoviários rejeitaram o acordo acertado com as empresas de ônibus do transporte coletivo de Porto Alegre
Foto: Marcelo Backer
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11 de fevereiro - Ônibus deixando a garagem da Carris na manhã desta terça-feira