RS: vans e ônibus particulares operam linhas para áreas distantes do centro
Moradores de bairros como Lomba do Pinheiro e Restinga sofrem com falta de transporte durante greve de rodoviários; vans escolares, anunciadas como alternativa a partir de segunda à paralisação, anteciparam atuação em feriado de Porto Alegre
Com os rodoviários em greve, Porto Alegre viveu neste domingo um feriado de Navegantes, quando deveria ocorrer passe livre, sem ônibus de linha. Para minimizar os efeitos e abastecer o transporte de devotos que precisavam se deslocar das áreas mais remotas da cidade, transportes alternativos entraram em cena.
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Algumas vans escolares já circulavam hoje pela cidade, antecipando a medida anunciada nesse sábado pela prefeitura como solução temporária emergencial para a falta de transporte público. Na avenida Borges de Medeiros, a van escolar de Sandra de Lima estava estacionada por volta das 11h30 à espera de passageiros na sua linha improvisada entre o centro e a Restinga, bairro do extremo da zona sul, a cerca de 20 km do centro de Porto Alegre.
“Disseram que devíamos trabalhar na zona onde já estamos acostumados a trabalhar, então optei por uma zona que eu conheço”, contou Sandra, que há três anos trabalha no transporte escolar atendendo alunos e escolas da Restinga, região onde conhece bem o trajeto, a população e as necessidades de transporte.
Ela contou que, sem contato direto da prefeitura ou com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), obteve as orientações diretamente com o Sindicato dos Proprietários de Transporte Escolar (Sintepa).
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Hoje, Sandra começou o trabalho às 6h30, e pretende ir até as 23h. Na segunda-feira, ela sairá às ruas já às 5h. “Olha, para mim é até gratificante, porque estava terrível para a população”, conta ela, que estimou ter transportado cerca de 50 passageiros até o meio-dia.
Das 617 vans escolares de Porto Alegre, o Sintepa estima que 80% estejam aptas a suprir a carência de transporte público durante a greve dos rodoviários. “As aulas já iam começar, então eu já estava pronta para trabalhar”, respondeu Sandra quando questionada sobre sair para trabalhar quando poderia estar descansando.
Pouco depois de estacionar no centro, Cida Clavelin, 53 anos, e Vitória, 11, comemoram que a van de Sandra iria para a Restinga.
Suando, tomando água e descansando no ar condicionado da van, Cida contou que veio ao centro de carona para participar da procissão de Navegantes, e que normalmente faria todo o trajeto de ônibus. “Amanhã que eu quero ver...”, disse, pessimista, sobre mais um dia útil sem ônibus de linha na cidade. "Para nós duas já dá R$ 8,40", disse, referente a duas passagens de R$ 4,20 - preço determinado para as vans, idêntico ao cobrado nos táxi-lotação da cidade.
"Linha freelance"
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No entanto, mesmo com os rodoviários em greve, nem todas as linhas de ônibus deixaram as ruas da cidade.
Na avenida Salgado Filho - não longe do ponto improvisado de Sandra, onde há inúmeras paradas de coletivos que transitam diariamente pelo centro de Porto Alegre - um ônibus da empresa Teka Transportes recebia passageiros.
Dois funcionários chamavam passageiros informando que o ônibus passaria pelo Carrefour e pela avenida Bento Gonçalves até chegar ao bairro da Lomba do Pinheiro, no limite municipal leste de Porto Alegre. O trajeto percorrido pelo coletivo da Teka é o trajeto da linha Pinheiro 398, uma linha oficial de Porto Alegre. O preço cobrado hoje era R$ 3 - contra os R$ 2,85 das linhas oficiais.
Um dos motoristas revelou que é funcionário da STS - uma das companhias privadas que operam o transporte público em Porto Alegre - há dois anos. Além disso, faz trabalho de freelance na Teka há seis. Ele afirmou que ganha por serviço diário - o que depende do número de passageiros, mas fica entre R$ 100 e R$ 150.
“Na realidade, é uma necessidade (fazer este freelance). A empresa não vai efetuar o pagamento dos salários até o fim. A gente tem que trabalhar de alguma forma, porque tem família pra sustentar", conta ele. "Até resolver situação, ficamos refém dos patrões. Os patrões estão muito quietos e coniventes."
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Segundo o rodoviário, a linha improvisada do Pinheiro está nas ruas desde pelo menos o final da semana passada; são feitas em torno de sete ou oito viagens por dia, o que resulta em cerca de 600 passageiros transportados.
“Não tenho medo (de ser acusado de furar a greve), pois meu atenuante é que eu tenho que sustentar minha família. Uma coisa é furar a greve e desrespeitar meus colegas, outra coisa é ter que trabalhar, prestar um 'serviço à população', entre aspas, pois estou ganhando dinheiro, porque preciso dele."
O Terra optou por não identificá-lo para evitar retaliações. Por telefone, um representante da Teka informou que a própria população da Lomba do Pinheiro foi à empresa pedir que um ônibus fosse disponibilizado para suprir a carência de transporte público.
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27 de janeiro - Motoristas de ônibus cruzaram os braços no primeiro dia da greve dos rodoviários que afeta o transporte coletivo de Porto Alegre. Apenas 30% da frota está nas ruas, com os demais ônibus parados em garagens. Entre outras reivindicações, os rodoviários pedem reajuste salarial
Foto: Fernando Teixeira
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27 de janeiro - A frota de táxis foi alertada sobre a greve e está mobilizada. Veículos se tornaram alternativa enquanto dura a greve dos rodoviários, que começou no dia 27 de janeiro e segue por tempo indeterminado
Foto: Fernando Teixeira
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27 de janeiro - Filas em parada de ônibus em Porto Alegre: cena que se repetiu em diversos pontos da capital gaúcha no primeiro dia da paralisação. A greve dos rodoviários deve afetar, ao todo, mais de 1 milhão de passageiros
Foto: Fernando Teixeira
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28 de janeiro - Rodoviários decidem entrar em greve total em Porto Alegre. Todos os ônibus que estavam na rua voltaram para as garagens
Foto: Fernando Teixeira
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30 de janeiro - Grevistas bloquearam a entrada da garagem da Carris, impedindo a saída de ônibus no quatro dia de greve. Apesar disso, algumas empresas voltaram a colocar veículos nas ruas
Foto: Fernando Teixeira
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30 de janeiro - Após quase duas horas e meia de negociação na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região (TRT-4), em Porto Alegre, as empresas de ônibus, sindicato dos rodoviários e prefeitura negociaram uma trégua na greve por 10 dias
Foto: Daniel Favero
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30 de janeiro - Após muito diálogo, ficou acordado que o plano de saúde será prorrogado por 10 dias, além de R$ 1 de aumento o vale alimentação, para que as negociações possam ser retomadas
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Preocupado com possíveis protestos em meio à greve que afeta desde 27 de janeiro o transporte público em Porto Alegre, um empresário vestido como Zorro resolveu alertar a população munido de um cartaz e distribuindo panfletos no Centro da capital gaúcha. Em sincronia com o pedido do José Fortunati (PDT) de solicitar apoio da Brigada Militar para deixar os ônibus saíram das garagens, o "super-herói" pede ajuda da Força Nacional para garantir a circulação dos coletivos e a segurança da população
Foto: Guilherme Justino
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31 de janeiro - Reunidos em assembleia no Ginásio Municipal Tesourinha, os rodoviários de Porto Alegre decidiram, por ampla maioria, manter a greve da categoria, que já dura cinco dias
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Reunidos em assembleia no Ginásio Municipal Tesourinha, os rodoviários de Porto Alegre decidiram, por ampla maioria, manter a greve da categoria, que já dura cinco dias
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Do lado de fora da assembleia, militantes de partidos de oposição ao prefeito José Fortunati distribuíam panfletos de apoio aos grevistas
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - militantes de partidos de oposição ao prefeito José Fortunati distribuíam panfletos de apoio aos grevistas
Foto: Marcelo Miranda Becker
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31 de janeiro - Cerca de 300 pessoas se reúnem em frente à prefeitura de Porto Alegre para um ato de apoio à greve dos rodoviários
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Fila de passageiros à espera de lotação faz a curva na esquina em frente à prefeitura de Porto Alegre, onde um ato marca apoio à greve
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Passageiros enfrentam longa fila na espera por ônibus-lotação na rua Sete de Setembro, no centro de Porto Alegre
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Boneco representando o prefeito Fortunati é queimado durante manifestação
Foto: Daniel Favero
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31 de janeiro - Ativistas protestam em frente ao prédio do jornal Zero Hora
Foto: Cau Guebo
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31 de janeiro - A Brigada Militar deslocou a cavalaria e o Choque para proteger o prédio da empresa privada
Foto: Cau Guebo
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31 de janeiro - Rodoviários e ativistas do Bloco de Lutas realizam protesto em frente à sede do jornal Zero Hora, da empresa RBS
Foto: Cau Guebo
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1º de fevereiro - O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, anuncia que vans escolares serão autorizadas a fazer transporte coletivo na capital a preço de táxi-lotação: R$ 4,20
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Ônibus improvisado da Teka Transportes no centro de Porto Alegre operando no trajeto da linha Pinheiro 398
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Sandra, que já trabalha com transporte escolar na Restinga e tem bons conhecimentos do circuito e da população, está fazendo o trajeto Centro-Restinga
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Sandra, motorista da van escolar, acomoda suas passageiras, antes de iniciar nova viagem até a Restinga
Foto: Felipe Schroeder Franke
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2 de fevereiro - Passagem na linha improvisada de R$ 3,00 - preço na linha oficial é R$ 2,85
Foto: Felipe Schroeder Franke
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3 de fevereiro - Em nova audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os representantes dos rodoviários de Porto Alegre sinalizaram com a possibilidade de voltar ao trabalho
Foto: Marcelo Miranda Becker
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3 de fevereiro - Em acordo firmado junto ao sindicato patronal, os trabalhadores se comprometeram a retomar a circulação dos ônibus da capital a partir do meio-dia de terça-feira. O fim da greve, entretanto, depende de aprovação em assembleia prevista para ocorrer às 8h, no ginásio Tesourinha
Foto: Marcelo Miranda Becker
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4 de fevereiro - Rodoviários participam de assembleia na manhã desta terça-feira em Porto Alegre para decidir futuro da greve do transporte público na capital gaúcha
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Rodoviários se reúnem no Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre, para decidir se aceitam a proposta definida em reunião na segunda-feira
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Assembleia dos rodoviários irá definir se categoria aceita a proposta formulada em reunião na segunda-feira
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Um das arquibancadas do Ginásio Tesourinha lota para a assembleia dos rodoviários em Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Rodoviários rejeitaram nesta terça-feira a proposta feita ontem para tentar fazer voltar às ruas parte da frota de ônibus de Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Após rejeição de proposta, greve geral continua em Porto Alegre
Foto: Guilherme Justino
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4 de fevereiro - Votação em assembleia começou com quase duas horas de atraso
Foto: Guilherme Justino
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6 de fevereiro - Terminou sem acordo a quarta audiência de mediação entre os rodoviários em greve e os representantes das empresas de ônibus de Porto Alegre. Após a reunião fracassada, o Ministério Público ajuizou ação de dissídio coletivo, que será julgado pela Justiça do Trabalho
Foto: Marcelo Miranda Becker
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10 de janeiro - Durante assembleia, ginásio onde se reuniram os rodoviários sofreu uma queda de energia elétrica
Foto: Marcelo Backer
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10 de janeiro - Mesmo mantendo o estado de greve, a categoria se comprometeu a colocar 100% dos ônibus nas ruas já amanhã, enquanto seguem as negociações entre os trabalhadores e a patronal
Foto: Marcelo Backer
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10 de janeiro - Em assembleia na noite desta segunda-feira, no ginásio Tesourinha, a maioria dos rodoviários rejeitaram o acordo acertado com as empresas de ônibus do transporte coletivo de Porto Alegre
Foto: Marcelo Backer
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11 de fevereiro - Ônibus deixando a garagem da Carris na manhã desta terça-feira