No mês de janeiro de 2024, foram registradas 116 mortes por arma de fogo na região metropolitana de Salvador e o número é 103,5% maior que o registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro.
No mês de janeiro, 116 pessoas foram mortas por arma de fogo em Salvador e região metropolitana, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado divulgados nesta quarta-feira, 7. O número é 103,5% maior que o registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro, que concentrou 57 mortes do tipo no mesmo período.
Na capital baiana, os números indicam um aumento de 47% na letalidade da violência armada da região, em comparação com janeiro de 2023. Com relação às mortes ocorridas em ações e operações policiais, o aumento foi de 31% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O crescimento assusta quando analisado que, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, a polícia baiana já havia desbancado a corporação fluminense, se tornando a mais letal do país. Com dados referentes a 2022, o anuário destacou que as polícias da Bahia foram responsáveis por 1.464 mortes em intervenções oficiais. No Rio, o número foi de 1.330.
"Não há como o cidadão comum, que sai cedo para trabalhar todo dia, se sentir seguro. Ele sabe que pode ficar no meio de um tiroteio a qualquer momento por estar no lugar errado, na hora errada. Assim como em 2023 pudemos ver que a letalidade policial na Bahia por algumas vezes superou os índices do Rio de Janeiro, neste começo de ano não tem sido diferente. O que podemos esperar para este ano que mal começou?", opina Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado.
As 116 mortes registradas foram resultado dos 168 tiroteios mapeados pelo instituto em janeiro, que também deixaram outras 36 pessoas feridas. Do total de tiroteios, 67 ocorreram em ações policiais que culminaram na morte de 38 pessoas e deixaram outras 11 feridas, 13 em meio a disputas, com sete pessoas mortas e duas feridas e 13 em meio a perseguições, que vitimaram oito pessoas: cinco morreram e três ficaram feridas.