A Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo confirmou a demissão de 152 médicos no hospital central, que presta atendimento gratuito, e no hospital Santa Isabel, que presta atendimento privado, em um processo sem data para ser finalizado. Serão cortadas 55 vagas do pronto-socorro do Santa Isabel e 64 das UTIs dos dois hospitais. Mas essas vagas serão assumidas por uma empresa terceirizada, que contratará médicos para prestar serviço nas unidades, segundo a Santa Casa sem redução de atendimentos à população. Entretanto, 33 vagas não serão repostas de outros setores não serão repostas.
A terceirização, adiantada pelo Estado, faz parte de um plano de mudanças administrativas em mais uma tentativa de estancar a crise financeira da instituição, que dura mais de uma década. Segundo a Santa Casa, as vagas dos profissionais demitidos serão preenchidas por médicos terceirizados, contratados de uma empresa privada, que prestará serviço à entidade. Não haverá médicos terceirizados contratados diretamente, como se previa há duas semanas.
As vagas que serão fechadas, sem substituição, são de setores como o laboratório, a câmera hiperbárica, do plantão controlador (a unidade que faz interface com os demais serviços do SUS, para a transferência de pacientes com necessidades específicas) e de outros departamentos. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a Santa Casa tem pouco menos de mil médicos ao todo.
O detalhes das mudanças foram apresentados pela Santa Casa ao Simesp, em uma reunião ocorrida nesta terça-feira, 19. Os médicos demitidos, segundo o sindicato, terão a integralidade de seus direitos trabalhistas, incluindo salários atrasados do ano de 2014, pagos pela entidade, porém esse pagamento será feito em até 30 parcelas. A entidade sindical marcou uma assembleia para esta quinta-feira, 21, para discutir as demissões com os médicos.
A empresa terceirizada só será escolhida após o processo de negociação das demissões entre a Irmandade e o sindicato.
Ao Estado, a Santa Casa informou que uma nova empresa irá assumir a gestão das 119 vagas que estão mantidas e que os médicos demitidos não serão recontratados como pessoas jurídicas.