A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo anunciou nessa terça-feira a suspensão do seu atendimento de urgência e emergência. A interrupção, justificada por falta de recursos, é por tempo indeterminado.
"A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo comunica que se vê compelida, a partir desse momento, a interromper o atendimento de urgência e emergência em seu Hospital Central, devido a falta de recursos para aquisição de materiais e medicamentos", afirmou a instituição em comunicado na noite de ontem.
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"A administração da Santa Casa está envidando todos os esforços possíveis para reverter a situação junto às autoridades responsáveis pela saúde pública, e voltar a oferecer os serviços de qualidade dos pacientes, o que tem sido sua marca ao longo dos anos."
"Hoje estou devendo R$ 50 milhões para os fornecedores de insumos. Eles se negaram a enviar mais materiais até que a dívida seja paga”, disse ao Diário de S. Paulo o médico e provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, que também assina o comunicado oficial.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que vem aumentando o valor repassado a hospitais filantrópicos, como a Santa Casa, que recebeu R$ 168 milhões do Estado nesse ano. A Secretaria afirma que são R$ 571 milhões destinados a 125 entidades do tipo em 2014, montante que precisa cobrir "cobrir a defasagem de valores da tabela do Ministério da Saúde, congelada há anos".
O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre o caso. A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo afirmou que monitora a situação e de disponibilizou para fornecer os recursos materiais necessários para impedir a paralisação.
De acordo com informações do site da instituição, em 2013 a Santa Casa realizou mais de 2 milhões de atendimentos de emergência, ou uma média diária de cerca de 5.500 pacientes atendidos no pronto-socorro.