Uma auditoria independente confirmou que a crise financeira na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é maior do que o que havia sido anunciado anteriormente.
Segundo reportagem do SPTV, o montante da dívida é de R$ 773 milhões, 78% superior aos R$ 433,5 milhões do relatório divulgado em setembro.
A auditoria foi solicitada pela Secretaria Estadual de Saúde e sugere má gestão na instituição hospitalar. As principais fontes da sangria de dinheiro seriam a compra de materiais superfaturados, pagamento de salários acima do normal e fraudes em contratações de serviços. Como resultado, existem dívidas da instituição da ordem de R$ 104 milhões com fornecedores e de R$ 114 milhões com funcionários.
Em entrevista ao programa de TV, o secretário de Saúde David Uip revela que a dívida ainda deve subir a R$ 813 milhões em função de uma soma prévia que a Santa Casa deve ao governo paulista. Irineu Massaia, superintendente da Santa Casa, pediu a “paciência” a aos funcionários que estão com os salários atrasados.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) afirmou que o governo continuará ajudando o hospital, e que já repassou R$ 500 milhões nos últimos quatro anos.
Em nota enviada ao Terra, a assessoria da Santa Casa de Misericórdia de SP confirma que o valor da dívida é de R$ 770 milhões.
"A cifra é resultado da soma das dívidas de longo prazo, tais como obrigações previdenciárias, e das dívidas de curto prazo, entre elas compromissos junto a fornecedores, funcionários e credores. Importante ressaltar ainda que, uma vez descontados do valor do endividamento bruto total (R$ 770 milhões) os ativos (caixa disponível, aplicações financeiras, contas a receber etc), tem-se um saldo de dívida líquida da ordem de R$ 450 milhões, conforme divulgado em setembro pela Superintendência da Santa Casa", afirma.
Ainda de acordo com a instituição, eles ainda não receberam nenhuma notificação das autoridades em relação às denúncias de irregularidades nos contratos, mas manifesta o interesse de "conhecer" e se compromete a "apurar qualquer irregularidade".