O Estado de São Paulo tem cerca de 17 mil exames de detecção de Covid-19 ainda aguardando resultado, disse nesta terça-feira o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, que garantiu que, embora o atraso deva implicar em um número maior de casos da doença no Estado, ele não significa uma diferença significativa no número de mortes confirmadas até aqui.
"Nós temos de fato um estoque de exames para serem realizados em pacientes que foram notificados como suspeitos. Existe uma dificuldade na aquisição de insumos para realização desses exames. Uma das remessas que nós estávamos comprando e esperando não conseguiu chegar até agora", disse Germann em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ao lado do governador João Doria (PSDB).
"Isso interfere de certa maneira. Nós vamos ter um degrau no número de pacientes confirmados e a mesma coisa, em bem menor número, com relação ao número de óbitos. O número de óbitos com exames a confirmar é muito pequeno. Então não vai interferir significativamente na questão relacionada a óbitos", assegurou, sem revelar o número de mortes suspeitas aguardando exame.
O número de testes de Covid-19 aguardando resultado no Estado aumentou em relação à semana passada, quando estava na casa de 16 mil e foi anunciada a criação de uma força-tarefa pelo governo estadual para reduzir este estoque.
Diante da falta de insumos para que os exames sejam feitos sob cuidados da secretaria, o secretário disse que o governo paulista comprou exames prontos e que alguma entidades --cujos nomes não quis revelar-- farão esses exames.
São Paulo é o epicentro da epidemia de coronavírus no Brasil e tem, de longe, o maior número de casos confirmados e de mortes causadas pelo coronavírus. De acordo com números do Ministério da Saúde, o Estado tem 4.866 casos confirmados e 304 mortes. No país todo, o número de casos confirmado é de 12.056 e o de mortos de 553.
Também na entrevista coletiva, Doria anunciou que o governo do Estado montará no complexo esportivo do Ibirapuera, zona sul da capital paulista, um hospital de campanha, que terá capacidade de 240 leitos de baixa complexidade e 28 de estabilização a um custo da ordem de 40 milhões de reais, incluindo instalação e operação. A unidade será gerida por uma organização social de saúde.
Será o terceiro hospital de campanha montado na cidade, depois de a prefeitura realizar este tipo de instalação no estádio do Pacaembu e no Parque do Anhembi.
O hospital de campanha do Pacaembu já está funcionando, enquanto o do Anhembi deve começar a operar no dia 15 e o do Ibirapuera no dia 1º de maio.
"No total, estamos acrescentando aqui na capital 2.240 leitos de baixa complexidade, fundamentais para liberarem as unidades de saúde para o atendimento da alta complexidade", disse Doria.