A capital paulista teve aumento de 251,8% no total de internados na rede municípal com o coronavírus em leitos de enfermaria e de UTI no último mês. Entre 30 de abril e esta segunda-feira, 30, o total saltou de 56 para 197, tanto em leitos comuns quanto na terapia intensiva. Apesar da alta, o número ainda está bem abaixo do registrado em 30 de janeiro, quando o surto da variante Ômicron provocou 873 internações na rede. Especialistas dizem que a vacina tem evitado a explosão de casos graves, mas alertam para a necessidade de cuidados, sobretudo para proteger os mais vulneráveis, como idosos e doentes crônicos.
Nesta segunda, São Paulo tem 86 internados por covid em leitos de UTI e outros 111 na enfermaria. As taxas de ocupação em cada modalidade são de 48% e 38%, respectivamente, o que também está abaixo das registradas em janeiro, quando eram de 69% e 68% e a rede municipal contava com 810 vagas a mais do que o total disponibilizado hoje para o coronavírus.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), admitiu que "neste momento, é possível observar uma tendência leve de aumento nos casos de covid-19 entre a população geral". A pasta reforçou entretanto que segue monitorando diariamente o cenário epidemiológico da capital diariamente através da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
O aumento de internações na capital chega poucos dias após a Prefeitura ter desobrigado o uso de máscara em corridas de táxi e carros por aplicativo. Paralelamente, o Município começou a aplicar a terceira dose da vacina em adolescentes dos 12 aos 17 anos, como forma de ampliar a parcela da população com o reforço do imunizante.
Em outras partes do Brasil, entretanto, o aumento gradual na média móvel de testes positivos tem impulsionado uma retomada das recomendações para uso de máscara em locais fechados e nas escolas. Municípios como Curitiba, no Paraná, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul, em São Paulo são alguns dos que voltaram a recomendar a proteção facial como forma de impedir o avanço do contágio.
Na última quinta-feira, 26, o Boletim InfoGripe da Fiocruz sinalizou uma tendência de aumento dos casos de covid-19 em todas as regiões do Brasil. Cerca de 48% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registradas nas quatro semanas anteriores eram em função do vírus, que também correspondia a 84% dos óbitos por SRAG entre 15 e 21 de maio.
Das 27 unidades federativas, 18 apresentaram sinal de crescimento dos casos de covid na tendência de longo prazo, que considera as últimas seis semanas antes da divulgação do boletim. O mesmo foi observado em 20 capitais, incluindo São Paulo.