O secretário-chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo, Edson Aparecido, acusou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nesta sexta-feira de distribuir mentiras durante a investigação de uma suspeita de formação de cartel na construção do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. "Esse questionamento de que os governadores sabiam (da formação de cartel entre as empresas), isso é pura calúnia", disse Aparecido.
Ele também acusou o Cade de agir para prejudicar o governo do Estado de São Paulo. "É desse jeito que age polícia política, é dessa forma, caluniando", afirmou o secretário.
Em nota, o Cade afirmou que "repudia qualquer acusação de instrumentalização política das investigações conduzidas por este órgão para apuração de um suposto cartel em licitações de linhas de trens e metrôs no Brasil". "O inquérito administrativo que apura o caso é sigiloso, uma vez que o acordo de leniência que deu origem às investigações está protegido por sigilo legal e que as ações cautelares que autorizaram as buscas e apreensões da Operação Linha Cruzada estão sob segredo de Justiça", diz o comunicado do conselho.
Segundo a empresa alemã Siemens, o governo de São Paulo autorizou a formação de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado. A companhia disse que o aval do governo está registrado em documentos, que foram levados ao Cade.
A Siemens denunciou a formação de cartel após assinar um acordo de leniência, que pode lhe dar imunidade caso haja punição aos envolvidos. O cartel teria sido formado para a construção da linha 5 do metrô no ano de 2000, quando o governador do Estado era Mário Covas, morto em 2001. A prática teria continuado no governo de Geraldo Alckmin, de 2001 a 2006, e no primeiro ano da administração de José Serra.