Os passageiros do ônibus sequestrados na manhã desta terça-feira, 20, na Ponte Rio-Niterói contaram que o sequestrador William Augusto do Nascimento, de 20 anos, disse que não queria machucar ninguém nem roubar nada. Segundo os reféns, o homem dizia apenas que queria "entrar para a História".
A ação toda, no entanto, parecia planejada, segundo as testemunhas. O sequestrador havia levado os potinhos de garrafa PET para colocar gasolina, barbante para amarrar os passageiros, coquetel molotov, além de uma faca, uma arma falsa e teaser.
"Ele só falava que queria entrar para a História, que a gente ia entrar para a História e que teria muita historia pra contar", disse o professor de Geografia Hans Miller, de 34 anos, que estava no ônibus.
Segundo Miller, embora ele tenha pendurado os potes com gasolina por todo o ônibus, em nenhum momento ele ameaçou botar fogo no veículo.
"Ele disse que não queria tocar fogo no ônibus e que só queria dinheiro do Estado, que quem ia pagar a conta era o Estado", disse.
O professor chegou a fazer cartazes com informações sobre o sequestrador para passar informações à polícia. Ele colocava os avisos entre o vidro e as cortinas, que tinham sido fechadas por determinação do criminoso.
Daniele Farias, de 38 anos, mulher de um outro refém, com quem manteve contato por mensagem durante todo o sequestro, contou uma história parecida.
"Meu marido falou comigo o tempo todo, dizendo que estava tudo bem, que ele não estava ameaçando ninguém, que estava calmo e que o que ele queria era parar a cidade, botar o terror", declarou Daniele.