Serviços em Porto Alegre são alterados devido a protesto

Os manifestantes vão se reunir em frente ao Palácio Piratini (sede do governo gaúcho) e à Assembleia Legislativa

27 jun 2013 - 12h32
(atualizado às 15h45)

A manifestação marcada para as 18h desta quinta-feira, com concentração na Praça da Matriz, Centro de Porto Alegre, fez com que a rotina da cidade fosse alterada, com mudança nos horários de estabelecimentos públicos e comerciais. Os manifestantes vão se reunir em frente ao Palácio Piratini (sede do governo gaúcho) e à Assembleia Legislativa. Na segunda-feira, o protesto acabou em violência, com mais de 100 detidos e diversos locais saqueados e depredados.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas

Publicidade

Manifestações tomam as ruas do País; veja fotos

Conforme a Agência Pública de Transporte e Circulação (EPTC), as linhas de ônibus vão circular normalmente e, quando as ruas foram bloqueadas, 200 agentes devem orientar os motoristas sobre desvios e rotas alternativas. Já os trens devem circular com intervalo de tempo reduzido para quem quiser deixar o Centro da cidade.

Publicidade

O comércio deve fechar às 17h, conforme recomendação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Já o Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) não indicou horário, mas pediu que os empresários fiquem atentos.

"Indicamos que os lojistas de toda a cidade fiquem atentos às movimentações nas proximidades de seus negócios para poderem definir o melhor horário para o encerramento das atividades. É importante que os empresários tenham prudência em definir o horário de fechamento, respeitando a integridade física de seus funcionários e a segurança patrimonial", afirmou a entidade, por meio de uma nota.

Os supermercados estão abertos, assim como as universidades e as escolas estaduais. Já as escolas municipais, devido a uma paralisação comandada pelo Sindicato dos Municipários (Simpa), estarão fechadas. Além disso, os serviços notariais, registrais e os expedientes nos Foros e tribunais encerrarão as atividades às 16h.

Por determinação da secretaria estadual da Administração, o expediente no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff) e demais órgãos da administração do governo do Estado será encerrado às 17h. No Detran, foram canceladas as agendas das provas teóricas eletrônicas, nos horários das 16h30, 18h e 19h30. Os candidatos devem dirigir-se aos Centros de Formação de Condutores para reagendar as provas.

Publicidade

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Publicidade

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações