Insatisfeitos com o pacote de austeridade anunciados pelo governo estadual, chamado também por eles de "pacote de maldades", manifestantes protestaram nesta terça-feira na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Um pequeno grupo, mais exaltado, chegou a arrancar os tapumes do Palácio Tiradentes e invadir a casa. Alguns ainda tiveram acesso ao plenário da assembléia e subiram na mesa da presidência.
Após duas horas de manifestação e confusão, o grupo desocupou o prédio pacificamente, às 17h. A maioria dos manifestantes era de representantes de policiais, bombeiros e agentes penitenciários. Eles ocuparam o plenário da Alerj e discursaram contra as medidas de corte de gastos.
Do lado de fora, milhares de manifestantes continuam protestando contra o pacote, que prevê o desconto de até 30% dos salários e aposentadorias de servidores estaduais.
Após votação do projeto, o grupo que ocupou o plenário deu as mãos, rezou um "Pai Nosso" e decidiu sair pela porta da frente da Alerj cantando o Hino Nacional. Os manifestantes foram recebidos com muitos aplausos da multidão que protesta do lado de fora do edifício.
O prédio da Alerj, que é patrimônio histórico, sofreu algumas avarias, com portas arrombadas, vidros quebrados e móveis danificados. A sala da vice-presidência foi totalmente depredada.
Caso de polícia
Em nota, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que a "a invasão do plenário da Alerj é um crime e uma afronta ao Estado Democrático de Direito sem precedentes na história política brasileira e deve ser repudiado. Esse é um caso de polícia e de Justiça e não vai impedir o funcionamento do parlamento".
Segundo Picciani, os prejuízos ao patrimônio público serão "registrados e encaminhados à polícia para a responsabilização dos culpados".
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