A Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp) informou que vai disponibilizar em seu site, a partir da próxima semana, uma lista com horários e locais onde haverá diminuição da pressão na rede de abastecimento. A manobra provoca falta d'água em diferentes regiões da cidade. O órgão reconhece que as localidades mais altas e longe dos reservatórios são as que mais sofrem com a medida. A empresa informou que faz ajustes para evitar que a população fique mais de 24 horas sem água e orienta que os moradores adquiram caixa-d’água e façam uso racional do recurso.
Uma das medidas adotadas pela Sabesp para combater a crise hídrica no Estado é o fornecimento de caixas-d’água gratuita a clientes de baixa renda. De acordo com o órgão, o objetivo é manter o abastecimento nos imóveis por até 24 horas. Podem participar do programa clientes com rendimento familiar de até três salários mínimos e residentes em áreas reconhecidas pela Sabesp com socialmente vulneráveis.
Entre as ações de emergenciais, a companhia apontou que houve um incremento da produção de água de reúso. Atualmente, 0,504 metro cúbico/segundo (m3/s) são produzidos nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs). Essa água atende a aproximadamente 50 clientes, como prefeituras e empresas que prestam serviço para prefeituras, empreiteiras, indústrias de papel e celulose, têxtil e petroquímicas. O órgão espera entregar, em dezembro deste ano, duas Estações de Produção de Água de Reúso (EPARs). Uma delas vai tratar o esgoto coletado na região de Interlagos e a outra em Barueri. A primeira deve produzir 2 m3/s e a segunda, 1 m3/s.
A Sabesp destacou que a interligação dos sistemas de distribuição permitiu um socorro ao Cantareira. Com o deslocamento de água do Guarapiranga, Alto Tietê e Rio Grande, 3 das 9 milhões de pessoas que eram atendidas pelo Cantareira passaram a ser abastecidas por outros sistemas. O órgão espera ampliar a produção de água com o Sistema Produtor de Água São Lourenço, que tem previsão de entrega para 2017. Cerca de 1,5 milhão de pessoas da região oeste da região metropolitana devem ser contempladas com o acréscimo de 4,7 m3/s.
Mesmo com a entrada do volume morto, que acrescentou 290 bilhões de litros ao Cantareira, o sistema acumula perdas sucessivas, tendo chegado na sexta-feira a 5,3% da capacidade. A companhia informou que a produção média de água para a região metropolitana de São Paulo está em 53 metros cúbicos por segundo (m3/s). Em janeiro de 2014, o volume produzido chegava a 71 m3/s. A produção atual do Sistema Cantareira é 18 m3/s. Antes, o volume chegava a 33 m3/s.