SP: 10º corpo é encontrado em desabamento na zona leste

Natural do Maranhão, Silva deixa a mulher grávida de dois meses

29 ago 2013 - 16h30
(atualizado às 16h43)
Corpo da 10º vítima do desabamento é retirado dos escombros
Corpo da 10º vítima do desabamento é retirado dos escombros
Foto: Bruno Santos / Terra

As equipes de resgate retiraram na tarde desta quinta-feira o 10º corpo dos escombros do prédio em construção que desabou na zona leste da capital paulista na última terça-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, essa seria a última vítima do desabamento. O corpo do operário Antônio Wellignton Teixeira da Silva, 20 anos, foi resgatado por volta das 16h10.

O trabalhador foi localizado no centro do terreno, próximo a uma grande laje que ficou inclinada com o desabamento. Natural do Maranhão, Silva deixa a mulher grávida de dois meses. De acordo com o major do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo Anderson Lima, pelos ferimentos constatados no corpo, tudo leva a crer que a vítima teve morte instantânea.

Publicidade

Após o resgate do último corpo, os bombeiros encerraram os trabalhos no local. Segundo o major, não há mais informações de desaparecidos. O terreno será entregue para a perícia da Polícia Civil, para a prefeitura de São Paulo e para a Defesa Civil. 

Lima agradeceu à equipe de resgate e afirmou que, apesar das 10 mortes, 26 vidas foram salvas do desabamento. "Estamos tristes pelas 10 vítimas, mas com a sensação de dever cumprido", disse o major.

O bombeiro informou que a operação de resgate durou 56 horas e contou com 210 profissionais da corporação e 70 viaturas. Ao fim dos trabalhos, a equipe de resgate se reuniu em um círculo, fez um minuto de silêncio, e, após, foi aplaudida pelos populares que acompanhavam as buscas no local.

Apenas cinco dos feridos no desabamento continuavam internados na noite de ontem - quatro estão no hospital Santa Marcelina, em Itaquera, e três têm quadro de saúde estável. O quarto ferido está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), e seu estado é grave. A quinta pessoa ferida, internada no Hospital Geral de São Mateus, foi operada ontem e apresenta quadro de saúde estável.

Publicidade

Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, a prefeitura de São Paulo reafirmou que a obra estava em situação irregular do ponto de vista documental e que não houve pedido de alvará para sua execução.

Segundo a prefeitura, a obra foi embargada e a construção não deveria ter continuado. A nota diz também que será aberta sindicância para apurar por que não foi feito um boletim registrando que a obra foi embargada em março.

O Ministério Público e a Polícia Civil já abriram inquéritos para investigar as causas e apurar as responsabilidades pelo desabamento.

Rede de lojas nega responsabilidade por obra 

O Magazine Torra Torra, que iria utilizar a estrutura do prédio para acomodar uma de suas lojas, confirmou, em nota, que mantinha um contrato de locação com o proprietário do imóvel que desabou nesta terça-feira, mas negou responsabilidade pela obra, já que, segundo a empresa, “a ocupação do prédio somente se daria após o fim das obras estruturais, pelo proprietário”. 

Publicidade
SP: bombeiros registram bastidores de resgate em desabamento na zona leste

A empresa afirma também que não houve entrega das chaves por parte dos proprietários, “até porque a obra não estava concluída da forma prevista no contrato”.

Segundo o Torra Torra, uma empresa de engenharia foi contratada para realizar estudos sobre a estrutura do prédio. “O fim da obra, pelo proprietário, mais o laudo da Salvatta Engenharia, avalizando as seguras condições da estrutura, eram os pré-requisitos para que o Torra Torra assumisse a finalização do prédio com o acabamento interior, para abrigar a nova loja”, disse o magazine em nota. 

Antes e depois do local do desabamento:

Publicidade

Foto: Wesley Rodrigo/Futura Press

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações