Uma pesquisa do Datafolha revelou que 12% dos paulistanos concordam parcial ou totalmente com a ideia de que mulheres com roupas provocantes devem ser assediadas. O estudo, encomendado pela Folha de S.Paulo, foi feito no dia 7 de abril com 798 moradores da capital paulista acima de 16 anos.
Mais da metade dos entrevistados (53%) disse ter sofrido algum tipo de assédio sexual, tanto físico - como as “encoxadas”-, como verbal, com as cantadas. Entre as mulheres, este número cresce para 63% das participantes.
Quando perguntados se os trens deveriam ganhar um vagão exclusivo para mulheres no horário de pico, 73% dos respondentes foram favoráveis à medida. O vagão feminino já é adotado no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
A pesquisa tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a polêmica do assunto referente a uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) pode ter influenciado nas respostas dadas ao Datafolha. Em sua pesquisa, o Ipea divulgou primeiramente que 65,1% dos brasileiros concordavam total ou parcialmente com a frase “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Após oito dias, o instituto disse que esse valor estava errado, e que a porcentagem correta era 26%.