A maioria dos paulistanos se disse contra os chamados “rolezinhos” - eventos agendados por jovens através das redes sociais em shoppings centers e espaços públicos, que se tornaram alvo de polêmica após tumultos em alguns centros de compra da capital paulista -, de acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello Research. Segundo o levantamento, 71% dos moradores da cidade se disseram contra esse tipo de evento.
De acordo com a pesquisa, 87% das pessoas ouvidas afirmaram ter tomado conhecimento sobre esse tipo de evento. Do total, 24% se disseram favoráveis aos “rolezinhos”, e 5% disseram não ter opinião formada sobre o assunto.
O levantamento aponta que as mulheres são as mais exaltadas, sendo que 76% delas são contra. Entre os homens este número é de 65%.
Outro dado apontado pela pesquisa é que, quanto maior a idade, maior a rejeição a esse tipo de evento. Segundo o levantamento, entre jovens de 16 e 24 anos há uma menor taxa de rejeição (65%). Entre pessoas de 25 a 34 anos, a rejeição sobe para 69%. Na faixa de 35 a 44 anos, fica em 77%. Acima dos 45 anos, 84% são contrários ao “rolezinho”.
O levantamento aponta também que, quanto maior o poder aquisitivo, maior a rejeição com o “rolezinho”. Segundo a pesquisa, 82% dos entrevistados que pertencem à classe A se disseram contra os eventos, enquanto, na classe B, esse número é de 79%; na C de 73%; e, na D, de 56%.
"Os números mostram que a população em geral é contrária ao movimento. Entretanto não há dúvidas de que existem posições antagônicas sobre o tema. Principalmente em relação à classe social, sendo que quanto mais alta, maior a rejeição, e a idade, tendo em vista que os mais velhos são mais contrários ao movimento", afirmou, em nota, Davi Bertoncello, diretor executivo da Hello Research.
Paulistanos são a favor de liminares contra “rolezinhos”
De acordo com o levantamento, 68% dos entrevistados se disseram a favor de medidas judiciais que proíbem a realização desse tipo de evento em shoppings. Entre as mulheres, este número chega a 71%.
Em alguns desses encontros, a Policia Militar foi autorizada a abordar e revistar jovens que a própria PM julgasse suspeitos. Este decisão foi apoiada por 70% dos entrevistados.
Menos da metade dos entrevistados considera impedimento como preconceito
Outra questão discutida na pesquisa buscou entender se o ato de impedir estes jovens de circularem em grande número pelos shoppings foi um ato discriminatório. Neste quesito 42% dos entrevistados concordaram com a afirmação, enquanto 55% discordaram.
Na classe A, apenas 33% das pessoas acreditam se tratar de ato discriminatório. Na classe B este número sobe para 42%. Na classe C fica em 40%. Na classe D, 52% entende ser um ato de discriminação.
Quando o assunto foi relativo às declarações de alguns lojistas de que parte dos jovens teriam cometido atos de vandalismo dentro dos shoppings, 91% da população foi contra aos atos de vandalismo.
"Para aqueles que defendiam a tese de que o 'rolêzinho' se trata da nova modalidade de manifestação popular, os números mostram que, por enquanto, o fenômeno não conta com a simpatia da maioria. Os próximos dias serão determinantes para a confirmação e/ou mudança deste cenário. Vamos ficar atentos aos próximos passos destes jovens", disse Bertoncello.
A pesquisa ouviu 628 paulistanos, de idades entre 16 e 56 anos, de todas as classes sociais e moradores de todas as regiões da cidade de São Paulo, entre os dias 15 e 16 deste mês. A margem de erro do levantamento é de 4 pontos percentuais.