SP: após briga em protesto, MPL declara que não convocará mais atos

Movimento se retirou de protesto nesta quinta-feira, depois que manifestantes entraram em conflito por causa da participação de partidos políticos na manifestação

21 jun 2013 - 11h28
(atualizado às 12h54)

O Movimento Passe Livre (MPL), que articulou e organizou os protestos pela redução da tarifa do transporte público em São Paulo, afirmou que não convocará mais nenhuma manifestação, depois do ato realizado nesta quinta-feira, na avenida Paulista, quando manifestantes e membros de partido entraram em conflito em meio ao protesto. Segundo um dos integrantes do MPL, Douglas Beloni, a decisão foi tomada porque “pautas conservadoras” tomaram o ato. As informações são da rádio CBN.

Douglas ainda criticou a manifestação organizada pelo PT no mesmo horário e em um local próximo à organizada pelo MPL, e disse que o protesto petista “atrapalhou o andamento da comemoração de ontem”. Apesar de considerar um empecilho a participação de partidos no ato, o integrante do movimento também condenou a ação de manifestantes que expulsaram à força pessoas que andavam pelo ato com bandeiras e camisetas de legendas como Psol, PSTU, PCO e PT. 

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

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Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

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Fonte: Terra
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