SP: ato contra tarifa reúne milhares e termina sem confronto

Após o encerramento do protesto, foi registrada uma pequena confusão entre PM e manifestantes que queriam pular a catraca da estação Belém do metrô

20 jan 2015 - 18h34
(atualizado em 21/1/2015 às 01h55)
<p>Manifestantes andam pela Radial Leste no sentido centro.</p>
Manifestantes andam pela Radial Leste no sentido centro.
Foto: Débora Melo / Terra

O "3º Grande Ato contra a Tarifa", organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) nesta terça-feira, percorreu ruas da zona leste de São Paulo e terminou sem confrontos.

Publicidade

Após o encerramento do protesto, que reuniu 5 mil manifestantes segundo a Polícia Militar - e 8 mil pessoas, segundo o MPL -, houve uma confusão na estação Belém do metrô. Alguns manifestantes tentaram pular a catraca e foram impedidos pelos policiais, que fizeram um cordão de isolamento dentro da estação e também na passarela de acesso.

Um ativista da organização Observadores Legais, que monitora a conduta da PM e relata abusos da corporação, mostrou à reportagem duas cápsulas de bala de borracha na entrada da passarela - a polícia não confirma o uso do artefato. Segundo a assessoria de imprensa da PM, o vidro da bilheteria da estação foi depredado, e nove pessoas foram detidas "para averiguação" e encaminhadas ao 8º DP (Brás/Belém).

Até então, nenhum incidente havia sido registrado, mesmo com a presença de black blocs na manifestação. O protesto saiu por volta das 17h da Praça Silvio Romero, no Tatuapé, e seguiu por ruas do bairro até chegar à avenida Radial Leste, onde continuou no sentido centro. Depois, os manifestantes entraram no viaduto Guadalajara e seguiram até o Largo São José do Belém, onde o ato foi encerrado, às 22h.

Ao contrário dos protestos anteriores, a PM não usou a estratégia conhecida como "envelopamento" (quando policiais caminham ao lado dos manifestantes) durante a passeata por ruas residenciais de classe média alta do Tatuapé - apenas quando o protesto tomou a Radial e o viaduto. No total, 650 homens da Polícia Militar participaram da operação, além de dois helicópteros.

Publicidade

MPL comemora

Manifestantes e integrantes do MPL comemoraram o desfecho pacífico da manifestação. "É o que a gente esperava para este e outros atos: que fosse pacífico, cheio e bonito. E que tivesse começo, meio e fim. Foi a primeira vez que conseguimos isso", disse Luize Tavares, 18 anos, do MPL, referindo-se ao fato de que as manifestações anteriores foram dispersadas com bombas e balas de borracha disparadas pela PM.

"Desta vez, senti que a gente estava conseguindo negociar. E fizemos o que foi acordado (com a PM). Também acho que as pessoas estão começando a entender o que é o MPL, um movimento contra a tarifa. Todos são contra os 50 centavos", continuou Luize. "Protesto maravilhoso", comemorava Marcelo Hotimski, outro integrante do MPL.

Protesto do Movimento Passe Livre toma ruas do Tatuapé
Video Player

Trajeto

Assim como nos dois protestos anteriores, o percurso foi decidido por meio de uma assembleia, realizada durante a concentração na praça. Nesta terça-feira, os manifestantes decidiram que seguiriam pelas ruas do Tatuapé (Serra de Bragança, Itapura, Plantina, Serra do Japi) até a estação Belém. 

Antes da definição do trajeto, porém, a PM havia informado que não permitiria que o protesto seguisse pelo sentido bairro da Radial Leste. O comandante da operação, capitão Ubirajara Storai, chegou a dizer que o protesto seria reprimido, caso houvesse necessidade. "O direito à manifestação existe, mas existe um bem maior que é a ordem pública. A Radial Leste não será fechada no sentido bairro. Se precisar, vamos dispersar", disse o capitão, antes do início do ato.

Publicidade

De fato, a Radial só foi fechada no sentido bairro por poucos minutos, quando os manifestantes deixaram a via para entrar no viaduto. Antes disso, um grupo havia invadido uma faixa no sentido bairro, mas foi orientado pela PM - com o apoio de outros manifestantes - a liberar a via.

A Radial Leste, no sentido bairro, teve que ser bloqueada para a passagem dos manifestantes.
Foto: Débora Melo / Terra

Novo protesto

Um novo protesto já foi marcado para a próxima sexta-feira, às 17h, em frente ao Theatro Municipal, no centro de São Paulo.

O MPL afirma que as manifestações só vão parar quando for revogado o aumento das tarifas de ônibus, trem e metrô, que subiram de R$ 3 para R$ 3,50 no dia 6 de janeiro.

Publicidade
Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações