SP: ato desta 5ª está mantido; MPL se reúne para definir rumos

Prefeito de São Paulo e governador do Estado anunciaram hoje a suspensão do aumento da tarifa do transporte público

19 jun 2013 - 19h12
(atualizado às 19h30)
<p>Protestos contra o reajuste da tarifa do transporte público reuniram milhares em São Paulo nas últimas semanas</p>
Protestos contra o reajuste da tarifa do transporte público reuniram milhares em São Paulo nas últimas semanas
Foto: AFP

O protesto marcado para esta quinta-feira contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo deve ocorrer mesmo com a suspensão do reajuste das passagens, anunciadas nesta quarta-feira pelo prefeito da capital, Fernando Haddad (PT) e pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). O Movimento Passe Livre (MPL), que organiza os atos na cidade, se reúne para definir os rumos das novas manifestações.

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Integrantes do MPL decidem detalhes de como será organizado o ato de amanhã. “O povo já iria para as ruas; agora vamos definir como vai se dar isso”, disse Lucas Monteiro, membro do movimento. A decisão do MPL deve ser divulgada ainda na noite de hoje.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciaram na tarde desta quarta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, a redução dos preços das tarifas de ônibus, metrô e trens metropolitanos. As tarifas, que haviam sido reajustadas no último dia 2 de junho, de R$ 3 para R$ 3,20, voltam para os valores anteriores na próxima segunda-feira. O preço da integração também retorna para o valor de R$ 4,65.

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

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As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada.

Fonte: Terra
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