A próxima temporada de chuvas na Grande São Paulo não deve livrar o Sistema Cantareira da pior crise de abastecimento de sua história. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a análise estatística feita pelo comitê que monitora a seca nos reservatórios concluiu que o sistema tem apenas 25% de chance de acumular entre dezembro e abril de 2015 uma quantidade de água suficiente para repor o volume morto e ainda devolver 37% da quantidade do Cantareira.
Em 2004, ano da última crise da Cantareira, os reservatórios iniciaram o período com 35,5%. Agora, porém, o uso do volume morto deve retardar a recuperação do volume utilizado. Nesta segunda-feira, o Cantareira estava com 19,2 % de sua capacidade, bem abaixo de sua média histórica, que é de 49,9%.
Obras contra rodízio
Ainda de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já gastou R$ 160 milhões com obras para suprir a crise. Cerca de 65% das despesas ocorreram em contratos sem licitação, prática permitida em casos de emergência ou calamidade.
Foram construídos diques e comprados 17 conjuntos de bombas flutuantes para a captação inédita de água do volume morto. Outros R$ 80 milhões estão diluídos em uma série de intervenções feitas pela companhia para remanejar água de outros sistemas produtores para regiões da capital abastecida pelo Cantareira.