O consultor que, segundo promotores do Brasil e da Suíça, é responsável por pagamento de propina a agentes públicos brasileiros em licitações de metrô e trens, em São Paulo, prestou depoimento nesta terça-feira ao Ministério Público. Arthur Teixeira depôs durante três horas sobre o cartel, que teria agido entre 1998 a 2008, quando o Estado de São Paulo foi governado por Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB. Teixeira disse que depositou US$ 250 mil numa conta na Suíça de João Roberto Zaniboni, então diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As informações são do Jornal Nacional.
Segundo Teixeira, o dinheiro foi o pagamento por um serviço de consultoria que Zaniboni fez antes de entrar na CPTM. O dinheiro, no entanto, só foi depositado quando o ex-diretor já estava na estatal.
“Ele alega que esse eventual contrato foi um contrato verbal para se pagar uma grande importância em dinheiro para essa pessoa. É, no mínimo, é inverossímil, o pagamento deste vulto, feito no exterior, para uma pessoa para um agente público. Era um funcionário público. Não tem uma justificativa grande para esse tipo de ação”, disse o promotor Marcelo Milani. O advogado de João Roberto Zaniboni afirmou que tanto a consultoria quanto o pagamento por ela foram feitos antes de o ex-diretor assumir o cargo na CPTM.