SP: consultorias investigadas receberam R$ 52 milhões de cartel, diz PF

30 set 2013 - 08h10
(atualizado às 08h15)

Empresas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos receberam R$ 52 milhões de empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, algumas dessas consultorias foram identificadas pela primeira vez  em inquérito aberto pela PF em 2008 para investigar negócios da empresa francesa Alstom.

Após denúncias da alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a PF continuou as investigações sobre as empresas denunciadas. De acordo com as investigações, quatro empresas suspeitas receberam repasses da Alston e de outras duas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.

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Segunda a PF, as consultorias simulavam a prestação de serviços e eram usadas para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB. As investigações mostram que a Alstom pagou R$ 45,6 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Júnior na época dos repasses. Em depoimentos em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados à Alstom e que foi usado para distribuir propina.

Relatórios da PF apontam que a Alstom também transferiu R$ 4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Chefe da Casa Civil no governo Covas, Marinho é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado. A atual diretoria da Alstom diz desconhecer as investigações da PF

Já a Bombardier e a Tejofran pagaram R$ 1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto, que começou a ser investigado pela PF em 2008. A Bombardier diz que contratou a BJG para assessorá-la em concorrências, fazendo pagamentos "absolutamente lícitos". A Tejofran diz que os valores pagos são compatíveis com as consultorias.

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A PF entregou relatório sobre os negócios da Alstom em São Paulo em agosto de 2012, mas o procurador Rodrigo de Grandis demorou um ano para chegar a conclusão de que a investigação era insuficiente para levar o caso à Justiça.

Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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