SP: em meio a protestos, prefeitura convida MPL a apresentar propostas

14 jun 2013 - 19h45
(atualizado às 19h55)

A prefeitura de São Paulo afirmou na noite desta sexta-feira que irá convocar uma reunião extraordinária do Conselho da Cidade, na próxima terça-feira, e que convidará representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que coordena as manifestações contra o aumento na passagem do transporte público em São Paulo, para apresentar suas propostas. 

Em nota, a prefeitura afirmou também que irá apresentar detalhes sobre o motivo que levou o preço da tarifa de R$ 3 a R$ 3,20, e evolução da despesa orçamentária com o subsídio e os planos para a melhoria na qualidade do sistema. 

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Nesta quinta-feria, quando ocorreu o quarto ato coordenado pelo grupo na cidade, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que, no início das manifestações, “deixou as portas abertas para o diálogo e foi recusado por parte dos manifestantes. Antes de qualquer violência ter acontecido na cidade. E depois, todos conhecem a história”.

Haddad criticou a violência do grupo, e afirmou que não vê problemas em manifestações, desde que pacíficas. "O que a cidade repudia é a violência. São Paulo está acostumado com manifestações. O que a cidade não aceita é a forma violenta de se manifestar e se expressar. Com isso (violência), a cidade não compactua."

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Movimento Passe Livre (MPL) criticou as declarações de Haddad, a firmou que o petista “não fala a verdade ao dizer que tentou estabelecer diálogo com o movimento”. “A Prefeitura nunca procurou formalmente o movimento para discutir a pauta do aumento”, afirmou o MPL. 

“Todas as tentativas de estabelecer diálogo partiram sempre do movimento, e foram recusadas pela Prefeitura. No dia 11, protocolamos um pedido de reunião com o prefeito em exercício, mas não recebemos resposta. No dia 12, estivemos presentes na audiência pública realizada pelo Ministério Público (MP), mas a prefeitura enviou apenas técnicos da pasta de Transporte, sem poder para negociar. O acordo de suspensão do aumento por 45 dias proposto pelo MP foi recusado pela Prefeitura e pelo Governo do Estado”, afirma o movimento, que se disse totalmente aberto ao diálogo sobre a revogação do aumento. 

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Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

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Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

Haddad, havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Terra
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