Ao menos 50 manifestantes participaram nesta sexta-feira do 2º Ato contra o Vagão Rosa, na avenida Paulista, em São Paulo. O grupo é contra um projeto de lei (PL) que torna obrigatória a existência de ao menos um vagão exclusivo para mulheres em cada composição de trem ou metrô no Estado.
A ideia do projeto é reduzir os casos de assédio sexual nos transportes, principalmente nos horários de pico, mas grupos feministas afirmam que a medida é machista, não resolve o problema e só aumenta a segregação.
Os manifestantes saíram da praça do Ciclista por volta das 19h15 e ocuparam todas as faixas da avenida no sentido Paraíso até a altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Depois, o grupo se deslocou para o outro sentido da via e andou em meio aos veículos e pela calçada até chegar à estação Trianon-Masp do Metrô.
O protesto continuou dentro da estação, com gritos de guerra e distribuição de panfletos. No material distribuído o grupo critica, por exemplo, que a busca de uma solução para o problema não tenha passado por um treinamento dos agentes do transporte, a fim de coibir os abusos.
As manifestantes também apontam as consequências de se destinar apenas um vagão para as mulheres: “Como colocar todas em apenas um vagão? Quer dizer que é possível que as mulheres precisem ficar um tempão esperando, mais do que já esperam todos os dias, pra tentar se proteger. Enquanto isso, os homens que abusam, que deveriam ser presos, andam livres”, diz o panfleto entregue na estação.
Projeto
O PL 175/2013, do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), foi aprovado no dia 4 de julho na Assembleia Legislativa do Estado e enviado ao Executivo na última quarta-feira, quando começou a contar o prazo de 15 dias que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem para sancionar ou vetar a proposta. Com isso, a decisão deve sair até o dia 13 de agosto.
As companhias de transporte já se manifestaram contra a criação do vagão. Em nota enviada à imprensa, o Metrô e a CPTM afirmaram que "entendem que a criação de carro exclusivo para mulheres infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade".