SP: Justiça determina retorno de metroviários, sem catraca livre, mas sindicato mantém greve

Descumprimento da liminar prevê multa de R$ 500 mil por dia para o Sindicato dos Metroviários

23 mar 2023 - 14h39
(atualizado às 17h02)
Greve do Metrô provoca caos no transporte em São Paulo
Greve do Metrô provoca caos no transporte em São Paulo
Foto: Roberto Costa/Código19 / Estadão

A Justiça determinou que os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) retornem imediatamente a seus postos de trabalho, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia para o Sindicato dos Metroviários. No entanto, representantes da greve se opõem à decisão por ir contra ao acordo de liberação das catracas, e a paralisação é mantida.

Por meio do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) foi determinado o funcionamento de 80% do serviço do efetivo do metrô nos horários de pico, entre 6h e 10h e das 16h às 20h, e com 60% nos demais horários, durante todo o período de paralisação.

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A decisão é do desembargador plantonista Ricardo Apostolico Silva. "Considerando as circunstâncias e urgência do caso, e diante da  manifestação expressa da  empresa  pela  recusa ao procedimento de liberação das catracas, entendo pela necessidade de estabelecer certos parâmetros para o regular exercício do movimento paredista", explicou o magistrado.

O que diz o sindicato

Em live compartilhada no Facebook do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, representantes da greve acusam o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de "golpe na imprensa, nos metroviários e na população".

Isso porque, por volta de 9h da manhã, o Governo do Estado divulgou a liberação total das catracas das estações, com entrada gratuita, aceitando o acordo proposto pelo Sindicato dos Metroviários. Agora, por volta de 12h, a Justiça determinou a liminar perante multa por solicitação do Metrô.

A justificativa do Governo é de que, apesar do acordo da liberação das catracas, o sindicato manteve a paralisação. O acordo inicial estava condicionado ao retorno total e imediato dos empregados de operação e manutenção. Em nota, a companhia ressaltou que a medida poderia gerar prejuízo, dificultando ainda a saúde financeira da empresa. 

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Porém, como indica o sindicato, os trabalhadores foram instruídos a retornarem a seus postos de trabalho, mas que, mesmo assim, o transporte seguiu paralisado poque as estações e as catracas não foram liberadas. 

"Ao mesmo tempo em que ele [Tarcísio] teve uma linha com a imprensa e uma linha para a categoria, ele acionou a Justiça e fez um pedido de mandado de segurança para cancelar a liberação das catracas. O governo Tarcísio mentiu para a população de São Paulo", diz uma das representantes. 

A última atualização do sindicato, emitida após o novo posicionamento de São Paulo, é de que se mantenha a decisão do início da greve: "Se não tem catraca liberada, os metroviários seguem em greve, porque estamos em uma luta pelos nossos direitos."

Os grevistas planejam uma nova assembleia presencial para esta quinta-feira, às 17h00, para avaliar as próximas movimentações. Os trabalhadores que haviam retornado aos postos de trabalho foram instruídos pelo sindicato a retornarem a suas casas e a greve permanece. A expectativa é de que ainda haja negociação.

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Confira a live de manifesto na íntegra:

Entenda a greve

Desde as 00h desta quinta-feira, 23, teve início a greve dos metroviários com paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (monotrilho) da Companhia do Metropolitano do Estado de São Paulo (Metrô).

Os metroviários exigem o fim da privatizações e terceirizações do serviço de transporte por parte do governo; o aumento de contratações por concurso público de novos servidores para ampliação do quadro de funcionários; e o pagamento do abono em troca da participação dos Resultados e Lucros (PRL) que, segundo o sindicato, não foi repassado aos trabalhadores entre os anos de 2020 e 2022.

Desde às 4h40 da manhã, com a abertura dos metrôs, usuários relatam transtornos para se locomover e chegar ao trabalho, a consultas médicas e também a escolas, por exemplo.

Fonte: Redação Terra
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