SP: manifestantes invadem terminal e PM reage com bombas

11 jun 2013 - 20h03
(atualizado em 12/6/2013 às 08h31)
<p>Manifestante foi detido por policiais militares durante o confronto</p>
Manifestante foi detido por policiais militares durante o confronto
Foto: Gabriela Biló / Futura Press

Manifestantes do protesto realizado nesta terça-feira pelo Movimento Passe Livre contra o aumento no preço da tarifa do transporte público em São Paulo invadiram o terminal de ônibus do parque Dom Pedro. Uma parte dos protestantes conseguiu entrar no local e fechou uma das saídas. A Polícia Militar reagiu com bombas de pimenta e tiros de balas de borracha. No entanto, o protesto seguiu pela praça da Sé e pela avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde os manifestantes quebraram portas de agências bancárias e picharam ônibus e muros.

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Antes da invasão, um grupo de manifestantes se ajoelhou e entregou flores para os policiais da Força Tática da PM. Depois, cerca de 200 pessoas contornaram o terminal e algumas conseguiram entrar no local pela avenida do Estado. Eles gritavam palavras de ordem como “O terminal é nosso”. Alguns estudantes que participam da manifestação condenaram os atos de vandalismo cometidos por parte do grupo. Alguns tentavam impedir os colegas de pichar os muros e gritavam: "não é assim, pessoal".

Com a reação da polícia no terminal, os manifestantes se dispersaram. A imprensa foi impedida de acompanhá-los momentaneamente pelos policiais, que apontavam as armas com balas de borracha em direção aos profissionais. Em seguida, o protesto seguiu pela avenida Rangel Pestana, sentido praça da Sé. No local, os manifestantes e a polícia entraram novamente em confronto. Os protestantes reagiram disparando rojões contra a PM, que respondeu com bombas e balas de borracha. Alguns manifestantes também agrediram a imprensa, jogando objetos em profissionais de equipes de TV.

Um ônibus vazio, que havia sido incendiado parcialmente e teve as chamas apagadas pelos próprios manifestantes mais cedo, foi totalmente depredado em represália. O cobrador e o motorista estavam no coletivo, mas não se feriram. Um veículo da Guarda Civil também teve o vidro traseiro quebrado na praça da Sé. O terminal de metrô da Sé foi parcialmente fechado pelos seguranças.

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Em seguida, parte dos manifestantes subiu a avenida Brigadeiro Luís Antônio, sentido Paulista, quebrando portas e vidros de agências bancárias. Eles também picham muros e monumentos com frases como "R$ 3,20 é um roubo". Praticamente todos os ônibus pelo caminho estão sendo pintados.

Donos de bancas e restaurantes da avenida Brigadeiro Luís Antônio fecharam as portas. Há barricadas no meio da via, improvisadas com lixeiras incendiadas. Durante o trajeto, manifestantes tentaram pichar o muro de uma academia de ginástica, mas foram impedido pelos funcionários do local. 

"Eu também acho um roubo R$ 3,20, mas não pode sair depredando tudo. Isso tira a razão da manifestação. Por que não protestaram antes da tarifa subir?", questionou Thiago Gianizella, funcionário da academia. "Tem que protestar, mas assim eles prejudicam a população", completou o gerente do local, Marcelo Boavista.

Cerca de mil manifestantes chegaram à Paulista e bloquearam a avenida no sentido Consolação, na altura da Brigadeiro Luís Antônio. Na região, várias agências bancárias foram depredadas e estações de metrô, pichadas. Entradas das estações foram fechadas, ficando apenas uma aberta em cada. Na avenida, próximo ao Masp, houve novo confronto e foram lançadas muitas bombas de gás.

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Em meio à confusão, um carro teria atropelado três manifestantes e o motorista foi agredido. Por volta das 21h45, os manifestantes começaram a dispersar e a avenida foi liberada, mas o trânsito ainda era difícil pois havia muito lixo na via. A Tropa de Choque deixou o local. Foi quando ocorreu mais um atropelamento: o motorista teria acelerado propositalmente sobre dois manifestantes, que ficaram feridos sem gravidade. Mais de cinco horas após o início do protesto, ainda restavam cerca de 50 manifestantes bloqueando a Paulista, na altura da rua Bela Cintra, sentido Consolação. Houve novo confronto com a PM, que partiu para cima dos manifestantes com cacetetes, balas de borracha e bombas de gás. 

Mais cedo, os policiais não permitiram que os manifestantes descessem a avenida Vinte e Três de Maio, e o protesto seguiu pela avenida Liberdade sentido praça da Sé. A PM tentou fazer com que o protesto parasse na praça, mas os manifestantes se recusaram e seguiram pela avenida Rangel Pestana, no centro, próximo ao terminal Bandeira. Em seguida, pararam em frente ao terminal Dom Pedro de ônibus, quando começou um confronto. 

Manifestantes presos

Pelo menos onze manifestantes haviam sido presos no protesto até as 22h20. Dois foram logo no início da manifestação: de acordo com a PM, o primeiro foi detido por interditar uma das faixas e se recusar a deixar o local. O segundo foi detido em um confronto com a polícia no túnel do Anhangabaú. Os detidos devem ser encaminhados para o 78º Distrito Policial (Jardins). Havia informações de policiais feridos.

Os organizadores do protesto esperavam reunir 5 mil pessoas na manifestação desta terça-feira. A PM, no entanto, ainda não tem uma estimativa do número de pessoas que participam do ato.

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Às 19h, o trânsito em São Paulo chegou a 110 quilômetros de lentidão. Por conta do protesto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomendava aos motoristas que evitassem a região da avenida Paulista. 

Nova manifestação na quinta-feira

Um novo protesto está marcado para a quinta-feira, também no Anhangabaú. A concentração será às 17h, em frente ao Theatro Municipal. A manifestação será novamente organizada pelo Movimento Passe Livre, que reivindica passe livre para os estudantes secundaristas e universitários e melhores condições para o transporte público em São Paulo.

Fonte: Terra
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