SP: multado em rolezinho, jovem se defende: 'só fui comprar 1 aliança'

13 jan 2014 - 18h01
(atualizado em 14/1/2014 às 08h03)

O vendedor Felipe Pereira, 20 anos, foi um dos jovens multados durante o chamado "rolezinho" no Shopping Itaquera no último sábado, que terminou com confronto entre a Polícia Militar e alguns dos cerca de mil jovens presentes no evento organizado pela internet. Apesar de ter recebido das mãos de um oficial de Justiça uma multa de R$ 10 mil, além de afirmar ter sido agredido com "um tapa na orelha" por um dos policiais, o jovem se defendeu e disse que só estava no shopping para comprar uma aliança para a namorada.

"Quando cheguei na loja, a vendedora fechou a porta e disse que só abriria de novo quando o movimento diminuísse. Fui embora por uma escada e o segurança do shopping não deixou eu passar. Então fui na outra escada e o outro policial falou a mesma coisa, enquanto isso veio outro policial e me deu um tapa na orelha, falando para eu parar de bater boca com ele porque ele era 'polícia'. Dois desses policiais estavam sem farda e outro veio e me bateu com cassetete na barriga três vezes. Um deles falou que tinha rasgado a camiseta e disse que ia me pegar", afirmou Felipe.

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O jovem disse que aguarda o contato de seu advogado para saber como deve proceder no caso, mas já adiantou que não tem dinheiro para pagar essa multa. "Não tenho esse dinheiro. Vou ter que comparecer ao fórum e ver o que acontece, mas estou tranquilo. Não tenho nada a ver com isso, porque só fui comprar uma aliança. Eu disse que não tinha nada a ver, mas me pegaram só porque eu estava de bermuda e com camiseta, parecida com as das pessoas que estavam no rolezinho", disse. 

SP: homem é agredido e adolescentes apreendidos em 'rolezinho'
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Felipe, que estava com sua namorada, sua tia e o namorado dela, contou que os policiais não apenas o agrediram, mas que chegaram a partir para cima de sua companheira. "Queriam me algemar, mas não conseguiram e fiquei esperando o oficial de Justiça. Ele me deu a intimação e eu falei que não queria assinar, então ele me deixou uma cópia. Eles me tiraram de dentro do shopping à força. Antes disso, um policial foi para cima da minha namorada e eu fui para cima dele. Ela só disse que ele tentou me bater e que um soco pegou nela de raspão", disse. 

Vídeo mostra aglomeração durante "rolezinho" em shopping de SP
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O encontro de mais de mil pessoas no shopping terminou com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de balas de borracha por parte da PM, que foi acionada para conter os jovens. Apesar do tumulto, a assessoria do shopping informou que não houve registro de furto ou roubo.

Em contato com o Terra, a Polícia Militar afirmou que a Corregedoria irá investigar se houve excessos e que a segurança no shopping é de responsabilidade do administrador e que a PM só será acionada "somente quando houver efetiva quebra da ordem pública, mediante acionamento". De acordo com a corporação, que monitora as redes sociais, o "rolezinho" indica uma forte potencialidade de "problemas de segurança".

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"É importante deixar claro que nenhuma pessoa será cerceada de sua liberdade ou de seu direito de ir e vir, limitando-se a atuação policial às condutas que sejam contrárias à lei, de forma a garantir os direitos e liberdades da coletividade. Encontros marcados com o propósito único e exclusivo de causar tumulto, danos, furtos, roubos, entre outros crimes, violam as leis estabelecidas pela sociedade, exigindo providências policiais", disse a assessoria da PM.

Fonte: Terra
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