SP: ônibus são apedrejados após PM agir em greve de garagem

22 mai 2014 - 09h14
(atualizado às 09h49)
Policiais militares garantiram a saída de alguns ônibus da garagem
Policiais militares garantiram a saída de alguns ônibus da garagem
Foto: Janaína Garcia / Terra

A Policia Militar fez nesta quinta-feira a primeira intervenção na greve de motoristas e cobradores do transporte coletivo de São Paulo. Um grupo de pelo menos 10 policiais, do 49º Batalhão, da 3ª companhia, interveio no bloqueio que era realizado desde as 4h, na garagem principal da viação Santa Brígida, na Vila Jaguara, na zona norte da capital.

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Policiais tentaram conversar e acalmar grevistas que impediam a saída dos ônibus. “Não estamos exatamente a favor da empresa”, disseram alguns PMs, ressaltando que pretendiam apenas cumprir uma ordem. Pontualmente às 9h, os primeiros dos 550 carros da garagem começaram a deixar o pátio sob críticas dos grevistas, que aplaudiam ironicamente e chamaram os próprios companheiros de “safados” e “vendidos”.

Mesmo com a presença da PM, todos os veículos que deixaram a garagem foram apedrejados e retornando ao pátio. Segundo a assessoria de imprensa da viação Santa Brígida, a PM foi convocada pelo não cumprimento da palavra dos grevistas. Segundo a empresa, os manifestantes desrespeitaram um acordo firmado um pouco antes, onde a comissão dos grevistas se comprometeu a deixar a passagem livre para os ônibus que quisessem sair.

Ficou definido na quarta-feira, após reunião entre o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, e o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, que a polícia de São Paulo passaria a intervir na paralisação de ônibus que acontece na capital paulista desde a manhã da última terça-feira.

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“Fizemos uma reunião e acertamos um procedimento de urgência, de emergência, que procura fazer com que a relação da PM e da Polícia Civil com a SPTrans e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) seja rápida. Vai ter um membro da SPTrans no Copom (central de monitoramento da polícia). Este membro vai fazer a relação online com o comando da polícia para quando precisar do reforço policial para retirar o veiculo para garantir que a segurança do agente aconteça imediatamente”, disse Tatto. Segundo o secretário, a ação acontecerá imediatamente.

Tatto foi pessoalmente à Secretaria de Segurança Pública pedir ajuda à Polícia Militar e conversar com Grella. Porém, algumas horas antes, o secretário municipal afirmou ter havido “passividade” por parte da Polícia Militar para agir contra o problema na capital. Apesar dessa declaração de Tatto, Grella disse ter havido um “equívoco”. O secretário de segurança afirmou ainda que o Ministério Público está no papel de investigar essa possível omissão da polícia.

Paralisações continuam

Após o anúncio, na noite de quarta-feira, de que os ônibus voltariam a funcionar normalmente em São Paulo, motoristas e cobradores do transporte da capital paulista voltaram a bloquear, na madrugada desta quinta-feira, a saída de coletivos de duas garagens da empresa Santa Brígida. Segundo informações da São Paulo Transporte (SPTrans), a  viação Gato Preto, que atua na zona norte, acabou atrasando a saída dos veículos durante a madrugada, mas a operação foi normalizada no início da manhã, por volta das 6h.

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Para amenizar a falta de ônibus provocada pela Santa Brígida, a SPTrans acionou 95 ônibus da Operação Paese para atender as quatro principais linhas paralisadas: Terminal Pirituba - Largo do Paissandu; Terminal Pirituba - Praça Ramos de Azevedo; Vila Uório - Terminal Pinheiros e Terminal Vila Nova Cachoeirinha - Largo do Paissandu.

Apesar do protesto, os 28 terminais da cidade estavam abertos por volta das 9h.  Apenas o Terminal Pirituba continuava vazio pela falta de ônibus da empresa paralisada. Na zona norte, ônibus foram parados na avenida Inajar de Souza e tiveram pneus furados. De acordo com a SPTrans, o ato faz parte de uma manifestação da região do terminal Cachoeirinha, que opera normalmente.

Uma série de paralisações também prejudica o transporte intermunicipal na Grande São Paulo na manhã desta quinta-feira. Segundo informações da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), quatro empresas nas regiões do ABC, Osasco e Itapecerica da Serra tiraram 944 ônibus das ruas.

Todos os ônibus das viações Miracatiba, Osasco e Mobi Brasil ficaram nas garagens. Já a Urubupungá, colocou 80% de sua frota nas ruas. A principal reivindicação dos funcionários é por aumento salarial. A EMTU informou que vai acompanhar as negociações entre as diretorias das empresas e os funcionários.

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Foto: Arte Terra

Fonte: Terra
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