SP: página no Facebook orienta manifestantes para protesto

16 jun 2013 - 11h05
(atualizado em 17/6/2013 às 14h02)

A página do Facebook Ocuppy São Paulo, que se define como um espaço de divulgação de protestos e ocupações de praças e ruas em São Paulo, compartilhou orientações para instruir quem deseja participar do protesto agendado para esta segunda-feira na capital paulista contra o aumento na tarifa do transporte público, o quinto ato agendado pelo Movimento Passe Livre (MPL) na cidade. 

As orientações incluem maneiras de como as pessoas que não desejam sair de casa podem ajudar os manifestantes, o comportamento a ser adotado no protesto, orientações jurídicas, como lidar com bombas de gás lacrimogêneo e primeiros socorros, entre outros. 

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De acordo com as orientações do grupo, as pessoas que moram próximas aos locais por onde passará o protesto podem disponibilizar o sinal de internet, para que os manifestantes possam compartilhar registros feitos durante a manifestação.

Outra sugestão é a de separar panos com vinagre e garrafas de água para auxiliar os manifestantes atingidos por bombas de gás lacrimogênio. “Converse com seu porteiro para abrigar gente fugindo dos protestos se a violência começar”, ainda orienta a publicação, que pede também que as pessoas registrem e compartilhem imagens do ato. 

Vinagre

Para quem vai participar do protesto, a página traz 15 orientações. Mesmo após a Polícia Militar prender quem portava vinagre, entre eles o fotógrafo do Terra Fernando Borges e o repórter Piero Locatelli, de Carta Capital, a página diz, em tom irônico, para que os participantes do ato levem o produto “porque (ainda) não é crime”.

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Veja momento em que jornalista é preso por portar vinagre
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“Tome Banho. Sim, vá para a manifestação bem limpinho. Isso porque a oleosidade da pele também ajuda a fixar o gás lacrimogênio”, diz a página, que ainda traz outras orientações, como não fotografar o rosto dos líderes manifestantes, não esfregar os olhos caso seja atingido pelo gás lacrimogênio e utilização de máscaras e substâncias para amenizar o efeito do gás.

Entre as orientações jurídicas, a página pede atenção dos manifestantes caso sejam presos. “Na delegacia, leia tudo antes de assinar! Se o que estiver escrito não for a realidade, ou se você não disse alguma coisa que está escrita, não assine.” 

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em verdadeiros cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

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Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, vários jornalistas que cobriam o protesto foram detidos, ameaçados ou agredidos.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011.

Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota. 

Haddad, havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

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Fonte: Terra
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