A SSP confirmou que os policiais erraram ao não submeter Fernando Sastre de Andrade Filho, dono do Porsche, ao bafômetro ainda no local do acidente, que matou o motorista Ornaldo da Silva Viana.
Uma sindicância realizada pela Polícia Militar constatou que houve falha no procedimento dos policiais que atenderam ao acidente provocado por Fernando Sastre de Andrade Filho, de 25 anos, dono do Porsche que colidiu e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os PMs erraram ao não submeter Andrade Filho ao teste do bafômetro ainda no local do acidente.
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Em nota enviada nesta terça-feira, 23, a SSP afirmou que a sindicância analisou as câmeras corporais dos PMs que atenderam à ocorrência, na madrugada do dia 31 de março. A corporação, então, identificou que a equipe errou ao não submeter Andrade Filho ao teste do bafômetro. Ele foi liberado do local em seguida.
Diante da constatação do erro no procedimento, foi aberto um processo de responsabilização dos policiais envolvidos no caso, afirmou a SSP. Os laudos da perícia e as imagens das câmeras corporais foram entregues à Polícia Civil, que investiga o caso.
A pasta apontou, ainda, que está sendo realizada uma reconstituição em 3D do acidente, o que deverá ajudar as investigações, já em fase final. O caso continua em segredo de Justiça, ressaltou a SSP.
Mais cedo nesta terça-feira, o Ministério Público de São Paulo confirmou que Andrade Filho dirigia a 156 km/h quando colidiu contra o carro de Ornaldo, que não resistiu aos ferimentos. A velocidade máxima permitida na Avenida Salim Farah Maluf, onde aconteceu o acidente, é de 50 km/h, três vezes menor que a velocidade do condutor da Porsche. A informação é do laudo da Polícia Técnico-Científica.
A velocidade do carro de luxo no momento da colisão foi estimada pelos peritos após a análise de imagens de câmeras de segurança, que registraram o ocorrido. No entanto, o laudo apresentado é apenas um dos documentos a serem entregues para a Polícia Civil. O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) também devem preparar conclusões.
Relembre o caso
No dia 31 de março, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 25 anos, conduzia um Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, quando bateu na traseira de um Renault Sandero. O acidente matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, que diriga o carro popular.
A batida aconteceu por volta das 2 horas da manhã na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Depois de colidir com o veículo de Ornaldo, Fernando fugiu do local. Ele estava com um amigo, o estudante de medicina Marcus Vinícius, no momento do ocorrido. O jovem ficou gravemente ferido e chegou a ser internado.
Já o motorista de aplicativo Ornaldo não teve a sorte de sobreviver à colisão. O condutor do Sandero até chegou a ser socorrido em parada cardiorrespiratória para o Hospital Tatuapé, mas morreu por conta de "traumatismos múltiplos".
Uma informação importante para as investigações é sobre o possível consumo de bebidas momentos antes da batida. Isso porque uma comanda a qual a TV Globo teve acesso mostra que o jovem chegou a gastar R$ 600 em consumo de bebidas alcóolicas em um restaurante da capital paulista pouco antes do acidente.
A emissora também divulgou imagens de câmera de monitoramento que registraram o momento em que a garçonete de um restaurante retira os copos de bebidas alcoólicas da mesa de Andrade Filho.
O empresário foi até o local com a namorada, o amigo Marcus e a companheira dele, Juliana. Depois de ficar três horas no estabelecimento, os dois casais seguiram para uma casa de pôquer. Segundo os depoimentos coletados pela Polícia Civil, eles ficaram cerca de 2h30 na casa de jogos, até que começou uma discussão na saída.
Para a polícia, Marcus e Juliana relataram que Fernando bebeu e que a discussão era para que ele não dirigisse, pois estava “alterado”. No entanto, o motorista do carro de luxo e a namorada negam a informação.