SP: preso em ato contra a Copa é levado para penitenciária

Fabio Hideki Harano foi levado para a Penitenciária de Tremembé; já Rafael Marques Lusvargh, que também foi preso, segue no 8º DP. Protesto hoje pedirá a libertação imediata dos manifestantes

26 jun 2014 - 16h43
(atualizado às 18h16)

O técnico de laboratório Fabio Hideki Harano, 26 anos, preso na segunda-feira após ato contra a Copa na avenida Paulista, em São Paulo, foi transferido nesta quarta-feira para a Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado. Já o ex-policial militar e administrador de empresas Rafael Marques Lusvargh, 29 anos, que também foi preso no protesto, encontra-se no 8º DP (Distrito Policial), no Brás.

Ambos foram detidos por associação criminosa, resistência, desobediência, porte de artefato explosivo e incitação ao crime. O secretário da Segurança Pública do Estado, Fernando Grella, defendeu as prisões e disse que eles são “primeiros black blocs presos em flagrante”. Questionado sobre os critérios usados para enquadrar os manifestantes como adeptos da tática black bloc - que prega destruição de patrimônio público e privado, símbolos do Estado e do capitalismo -, o secretário se limitou a responder que foi “o critério da lei”.

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A Defensoria Pública de São Paulo ingressou na tarde desta quinta-feira com um pedido de habeas corpus em favor de Rafael Lusvargh. O órgão já havia entrado com pedido de liberdade provisória para ambos os manifestantes na última terça, mas o caso ainda aguarda decisão do juiz, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

“A prisão em flagrante tornou-se ilegal em razão do excesso de tempo em que os manifestantes já se encontram detidos”, diz a nota enviada pela defensoria. Por fim, os defensores pedem que os efeitos do habeas corpus sejam válidos também para Fabio Harano.

Hoje, integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) caminharam até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para pedir a “libertação imediata” de Harano, que é funcionário da universidade.

“Essa acusação de black bloc é absurda. Isso é mentira, e ele (secretário Grella) sabe disso”, disse Magno Carvalho, um dos diretores do Sintusp. Carvalho contou que a diretoria do sindicato foi recebida por um representante da Casa Civil e que ficou acordado que o secretário Grella receberia o grupo nesta quinta-feira, às 18h - a Secretaria da Segurança da Pública (SSP), no entanto, não confirma o encontro.

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Protesto hoje

Movimentos contrários à realização da Copa do Mundo organizam um protesto para pedir a libertação dos manifestantes. O ato, intitulado “Libertem nossos presos políticos”, está marcado para as 17h desta quinta-feira, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), e contará com presença do Sintusp. Até as 16h30, 2,5 mil pessoas já haviam confirmado presença na manifestação, por meio do Facebook.

De acordo com os organizadores, o ato de hoje representa a "luta pela possibilidade de lutar". "Eles são vítimas de um Estado que forja descaradamente acusações. Trata-se de um ataque a toda população, um ataque às mínimas liberdades democráticas!", diz trecho de texto publicado no Facebook.

Fonte: Terra
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