Nesta quarta-feira (05), houve audiência de conciliação para reabertura das negociações entre o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo e representantes das empresas de ônibus, para suspensão da greve prevista para sexta-feira (07). Uma assembleia para deliberação ocorrerá nesta quinta-feira (06).
A paralisação dos motoristas de ônibus urbanos, cobradores e técnicos de manutenção de São Paulo, prevista para esta sexta-feira, 7, pode ser suspensa. Segundo comunicado do sindicato, após audiência de conciliação com representantes das empresas de ônibus, nesta quarta-feira, 5, as partes concordaram em reabrir as negociações de cláusulas econômicas.
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Para decidir pela suspensão da greve até o dia 30 de junho, o sindicato convocou motoristas, cobradores e o setor de manutenção para uma Assembleia Geral nesta quinta-feira, 6.
As novas negociações devem ser realizadas com a formação de uma mesa técnica diante do Tribunal de Contas do Município (TCM).
Antes da audiência de hoje, a Prefeitura de São Paulo havia acionado a Justiça do Trabalho na terça-feira, 4, para pedir que, durante a greve dos funcionários das empresas de ônibus da capital, então prevista para a próxima sexta, 7, a frota funcionasse com 100% dos veículos nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e com 80% nos demais períodos do dia.
Reivindicações
A reivindicação do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTRU-SP) é por um reajuste inflacionário de 3,69%, mais 5% de aumento real, e reposição das perdas salariais decorrentes da pandemia, de 2,46%, apuradas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Além disso, o grupo pede ampliação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), alteração na jornada de trabalho e reajustes no ticket, seguro de vida e convênios médico e odontológico.
Confira o comunicado na íntegra:
Sindicato e representantes do setor patronal concordam em reabrir as negociações, desta vez com participação do Tribunal de Contas do Município (TCM)
Em audiência de conciliação encerrada, nesta quarta-feira (05), na sede do Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região, com mediação do desembargador relator Davi Furtado Meirelles, as partes - SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) e representantes das empresas de ônibus - concordaram em reabrir as negociações das cláusulas econômicas, que ainda estão pendentes na Campanha Salarial 2024.
No entanto, o processo de negociações se dará a partir da formação de uma Mesa Técnica, perante o Tribunal de Contas do Município (TCM), com a presença de técnicos do SMTTRUSP, setor patronal, SPTRANS (São Paulo Transportes), Câmara Municipal, podendo ser convidados representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do próprio Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP).
A direção do Sindicato, com a liderança do presidente Edivaldo Santiago, vai convocar os trabalhadores do sistema de transporte por ônibus da capital (motoristas, cobradores e setor de manutenção) para ASSEMBLEIA GERAL, nesta quinta-feira, 06 de junho, a partir das 10 horas na sede da entidade, para deliberação, eventual aprovação ou não desta proposta e suspensão da greve até o dia 30 de junho. O resultado da assembleia será remetido ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) até às 12 horas de quinta-feira.
Caso a suspensão da greve seja aprovada em assembleia, a entidade no período das negociações permanecerá em ESTADO DE GREVE para realização de ações de mobilização junto a categoria, conforme exposto na decisão em audiência no tribunal. Em possibilidade de rejeição da proposta na assembleia, o desembargador decidirá quanto ao pedido da entidade de tutela antecipada para o movimento paredista na cidade dia 07 de junho.
Reivindicações da categoria
A direção do SMTTRUSP pede reajuste de 3,69% pelo IPCA-IBGE, mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46% segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Também reivindicamos ampliação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste do ticket para 38 reais, cesta básica com produtos de qualidade e fim do termo SIMILAR, reajuste de 17% no seguro de vida e cobertura de 10 salários mínimos em respeito a lei 12.619 (lei do motorista), melhoria nos convênios médico e odontológico, jornada de trabalho de 7 horas efetivamente trabalhadas (6h30 mais 30 minutos de descanso e refeição) ou 6 horas trabalhadas e 1 hora remunerada, auxílio funeral com revisão dos valores e cartão para uso em necessidade.