SP: Terra flagra manifestantes reprimindo partidos em protesto

18 jun 2013 - 15h47
(atualizado às 16h05)
Terra flagra manifestantes reprimindo partidários no início de ato em SP
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Imagens feitas pelo Terra mostram o momento em que pessoas que participavam do protesto, nesta segunda-feira, em São Paulo, reprimem manifestantes que levaram bandeiras de partidos políticos para o meio da manifestação. 

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

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Nas imagens feitas pelo repórter fotográfico Fernando Borges, logo na concentração dos manifestantes no Largo da Batata, de onde o grupo iniciou a passeata que tomou ruas e avenidas da capital paulista, integrantes do PSTU levantam uma bandeira do partido em meio ao público. 

Contrariados, manifestantes gritam “sem partido” e pedem para que a bandeira seja retirada do meio do protesto. Após um tempo, a bandeira não foi mais erguida. 

Além do PSTU, PCO e Psol foram partidos que tiveram bandeiras levantadas em meio às manifestações. A propaganda partidária também foi repudiada. “Não é comício”, diziam os manifestantes.

O deputado Carlos Gianazzi (Psol), que acompanhou o ato na segunda-feira, afirmou ao Terra que "é compreensível e natural essa desilusão com partidos". "Mas é importante divulgar as ideias", disse.

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"Lutei 21 anos contra a ditadura militar e ainda não temos uma democracia no Brasil. Democracia é quem quiser carregar uma bandeira de partido poder carregá-la. Mas entendo a reação. É um grande repúdio aos grandes partidos da ordem", disse o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) ao Terra, ao presenciar a cena.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra. Enquanto policiais usavam bombas e tiros de bala de borracha, manifestantes respondiam com pedras e rojões.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão opressiva da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Segundo a administração pública, em quatro dias de manifestações mais de 250 pessoas foram presas, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. No dia 13 de junho, bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

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O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

No dia seguinte ao protesto marcado pela violência, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou que via "ações coordenadas" oportunistas no movimento, reiterou "a defesa do direito de ir e vir" da população, mas garantiu que não permitirá que os manifestantes prejudiquem a circulação de veículos e pessoas. No mesmo dia, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que a polícia deve ser investigada por abusos cometidos, mas não deixou de criticar a ação dos ativistas.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros", disse em nota.

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O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

Fonte: Terra
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