Um vídeo gravado por vizinhos de Andrea Neves mostra a chegada da Polícia Federal à sua casa em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Minutos mais tarde sairia dali, presa, a irmã do senador Aécio Neves, presidente do PSDB e candidato a presidente da República pelo partido em 2014.
As imagens mostram os agentes levando para a Superintendência da PF na capital a mulher que é considerada no meio político como a mentora intelectual da carreira política do tucano. Algumas risadas e uma afirmação são ouvidas: "Ela tem diploma, mas ela vai presa do mesmo jeito".
Segundo investigadores, no momento da prisão foram encontrados documentos e uma passagem para Londres. A viagem aconteceria na noite dessa quinta-feira (18). Ainda não foi informado quando o bilhete foi comprado, mas esse um dos motivos para a Operação Patmos ter sido deflagrada hoje.
Hostilidade em sua chegada ao IML
Andrea Neves foi encaminhada ao Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto depois de fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal. Ela ficará presa em Minas Gerais durante o processo e sua defesa ainda não se manifestou.
Um vídeo publicado pelo jornal O Tempo, mostra ela sendo recebida com gritos de "ladrona" e também com deboches de algumas pessoas que acompanhavam o grupo de jornalistas. "Essa pauta é boa", diz um dos locutores. Andrea não conversou com jornalistas.
Prisão de todos os citados, menos Aécio
Para a investigação, Andréa Neves, a irmã, foi a responsável pela propina de R$ 2 milhões de Joesley Batista a Aécio; Frederico Pacheco de Medeiros, o primo, foi a pessoa indicada por ele para pegar o dinheiro com um diretor da JBS em São Paulo; e Mendherson Souza Lima secretário parlamentar do senador Zezé Perrela, do PMDB, quem trouxe o dinheiro de SP para BH. O dinheiro foi rastreado e está numa conta de uma empresa de Gustavo Perrela, secretário nacional de Futebol do Ministério dos Esportes e do helicóptero apreendido com cocaína em 2013.
Mesmo com a prisão de todos ligados ao senador, o ministro Edson Fachin, negou o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Aécio Neves. Fachin decidiu apenas afastar o senador mineiro de suas funções parlamentares.