'Todos os responsáveis serão severamente punidos', diz Tarcísio sobre execução de delator do PCC

Crime aconteceu na tarde de sexta, 8, no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos; pelo menos 27 tiros foram disparados, segundo a perícia

9 nov 2024 - 07h38
(atualizado às 13h03)
Empresário morto no aeroporto de Guarulhos estava no centro de uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo feitas até hoje.
Empresário morto no aeroporto de Guarulhos estava no centro de uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em São Paulo feitas até hoje.
Foto: Italo Lo Re /Estadao / Estadão

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), postou no X, o antigo Twitter, uma declaração sobre o tiroteio ocorrido na tarde de sexta, 8, no terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que feriu quatro pessoas. O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach era o principal alvo do ataque, e morreu no local.

De acordo com o governador, tudo indica que a ação criminosa está associada ao crime organizado. "Todas as circunstâncias serão rigorosamente investigadas e todos os responsáveis serão severamente punidos. Reforço meu compromisso de seguir combatendo o crime organizado em São Paulo com firmeza e coragem", acrescentou.

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O crime

Gritzbach já havia feito delações em investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e era ameaçado pela facção. O empresário voltava de Goiás com a namorada - não há informações sobre se ela ficou ferida. A vítima também já havia sido acusada de ter mandado assassinar um líder da organização criminosa - o que ele negava.

Foram pelo menos 27 disparos, segundo a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e nos braços. O ataque ocorreu por volta das 16 horas.

Os outros três atingidos são dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava no local. Até o início da noite, a informação é de que o quadro deles era estável. Pelo menos uma das vítimas estava dentro do aeroporto.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), uma das vítimas foi atendida e deu depoimento no local, enquanto as outras duas foram encaminhadas ao Hospital Geral de Guarulhos.

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A vítima

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção.

Após sequestrá-lo, os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a polícia, o motivo era o fato de quer só Gritzbach sabia as chaves para o resgate das criptomoedas - matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre.

Em setembro de 2023, ele negociou um acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco), que concordou com a proposta. O acordo foi homologado pela Justiça em abril de 2024.

Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django. Em nota, a Porte diz que foi informada pela imprensa sobre a morte de Gritzbach, "com quem não mantém negócios há anos". E afirma que ele "atuou na empresa como corretor de imóveis entre 2014 e 2018".

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"A Porte jamais tolerou qualquer atividade ilícita de qualquer colaborador e se dispôs a oferecer auxílio documental às autoridades competentes sobre as ações do ex-corretor no período em que atuou na empresa", disse em nota.

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