Funcionários dos Correios param em SP e no RJ

A empresa diz que existe um plano de continuidade para garantir as entregas nos locais onde houver aprovação de paralisação

16 set 2015 - 07h35
(atualizado às 09h27)
Foto: Marcelo Camargo/ABr

Os funcionários dos Correios da capital paulista, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba entraram em greve nesta terça-feira (15), a partir das 22h. A decisão ocorreu após assembleia do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-SP), na qual a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi recusada. Os trabalhadores pedem reposição da inflação e mais 10% de aumento real, além de reajuste no benefício de alimentação.

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A reunião de mediação realizada pelo TST em Brasília, na sexta-feira (11), terminou com uma proposta do vice-presidente do tribunal, ministro Ives Gandra, que incluiu reajuste salarial zero, com uma gratificação de R$ 150 mensais a partir de agosto e mais R$ 50 a partir de janeiro de 2016, até o fim da vigência do acordo coletivo, ou seja, agosto de 2016.

Segundo nota dos Correios, o TST prevê “incorporação de 25% dos R$ 200 em agosto de 2016”. Essa última proposta inclui também reajuste de 9,56% nos benefícios.

O sindicato reiterou a preocupação de que esse percentual não seja incorporado aos salários, afirmando que “o grande problema é que só há previsão de incorporação de R$ 50 aos salários, o restante continuaria 'por fora' indefinidamente, e poderia acabar sendo retirado pela empresa”.

Rio de Janeiro

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No Rio de Janeiro, os trabalhadores dos Correios decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada na noite desta terça-feira (15), ao lado da sede regional da empresa, na região central da cidade. Além do aumento de 10% de ganho real, as principais reivindicações são a manutenção das condições do plano de saúde da categoria, a realização de concurso público imediato e a contratação de 1,5 mil trabalhadores.

A proposta apresentada pelo TST garantia a manutenção do plano de saúde (cláusula 28) da forma que está hoje. Desde 2011 os Correios promovem aumento do efetivo em mais de 13 mil vagas (passou de 107 mil para 120 mil trabalhadores efetivos) e estão atualmente trabalhando na realização de um novo concurso público (2 mil vagas), conforme já foi divulgado.

Diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais (Fentect), Emerson Marinho informou que a greve ocorreu porque a empresa apresentou proposta que não garante a reposição da inflação.

“Ela apresentou uma proposta linear que não é incorporada imediatamente ao salário e que vem em forma de gratificação, o que não traz reflexo remuneratório nem nas férias e nem no décimo terceiro salário. Outro aspecto é o ataque frontal que a empresa vem fazendo ao nosso plano de saúde. Hoje, só pagamos quando usamos, mas os Correios querem instituir uma cobrança mensal de 13% do salário bruto, que hoje tem piso inicial de R$ 1.134,00.”

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Na assembleia, os trabalhadores rejeitaram uma proposta intermediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Por meio da assessoria de comunicação, os Correios informaram que a proposta apresentada pelo TST previa um reajuste equivalente a cerca de 20% do salário inicial do agente de Correios, em forma de gratificação, representando um reajuste linear de R$ 200.

Segundo a empresa, o reajuste médio dos empregados no período 2011-2014 chegou a 36%, para uma inflação de 27,3% no período. Além disso, de acordo com os Correios, os carteiros recebem vale-alimentação mais cesta básica de cerca de R$ 1 mil mensais, adicionais de atividade, plano de saúde, auxílios creche e babá, bolsas de estudos e vale-cultura.

A mobilização dos trabalhadores é nacional, mas, segundo os Correios, dos 36 sindicatos, 17 não deflagraram greve. A empresa disse que nos locais em que houver aprovação de paralisação, serão aplicadas medidas do plano de continuidade para garantir as entregas.

Agência Brasil
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