A Polícia Federal investiga o traficante Leonardo Serro dos Santos, conhecido como ‘Jonny’ ou ‘Carioca’. Em 2020, ele enviou uma mensagem para um integrante de uma quadrilha ao ser informado de que policiais civis da 25ª DP (Engenho Novo) apresentaram à imprensa 220 kg de cocaína, ao invés dos 500 kg que estavam combinados.
"Roubaram 280. Bando de ladrão fdp. Mas eles não sabem com quem estão brincando. Já estão vindo advs (advogados) para o RJ”, escreveu Jonny. Imagens da conversa por mensagens foram exibidas pela TV Globo nesta sexta-feira, 20.
De acordo com a Polícia Federal (PF), os criminosos planejavam enviar 500 kg de cocaína para a Itália em 16 malas, através do Porto do Rio. A droga seria posta em contêineres na área portuária.
O crime
Nesta sexta-feira, 20, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca na casa de quatro policiais civis, entre eles o delegado Renato dos Santos Mariano. Eles são suspeitos de abordarem na Avenida Brasil o caminhão que levava a cocaína.
O veículo foi levado para a 25ª DP, e no local, os policiais não perceberam que estavam sendo seguidos por um motociclista dos traficantes, que seria um “batedor” da droga até o porto.
O motociclista enviou para Jonny uma foto do caminhão ao chegar na DP. Até então, os criminosos acreditavam que alguém havia denunciado o carregamento aos policiais.
Parte da droga foi apresentada e o grupo foi surpreendido pela falta de nove malas. Na época, o delegado Renato Mariano disse à Globo que a investigação estava em andamento na delegacia, e o núcleo de inteligência identificou a possibilidade do transporte de carga ilícita. Ele ainda disse que a equipe conseguiu interceptar a carga e, quando abriram o contêiner, estavam somente sete bolsas com 203 tabletes de cocaína pura.
Foi então que a Polícia Federal passou a investigar a Polícia Civil. Além do delegado Renato dos Santos Mariano, os outros investigados são os policiais Hugo de Novaes Almeida, Ricardo Mendes Floriano da Silva e Cláudio José Silveira.
Foram bloqueados R$ 5 milhões do grupo pela Justiça, valor que teria sido arrecadado com a venda da droga. Os agentes terão que andar com tornozeleira eletrônica até o fim das investigações. A PF também apreendeu três carros, duas motos, R$ 70 mil em dinheiro, telefones celulares e documentos.
A Corregedoria-Geral de Polícia Civil disse que instaurou procedimentos internos disciplinares e a Polícia Civil afirmou que repudia qualquer tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, e que reitera seu compromisso no combate à criminalidade.