Advogado diz que concorda que sócio da Kiss deponha em CPI

O defensor disse que "analisa as questões legais para que seu cliente participe da audiência da comissão"

2 mai 2013 - 18h08
(atualizado às 18h08)

O advogado Jader Marques, que defende um dos sócios da Boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, afirmou nesta quinta-feira que concorda com a participação de seu cliente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Santa Maria (RS) que investiga o incêndio na casa noturna que matou 241 pessoas em janeiro. O defensor disse que "analisa as questões legais para que seu cliente participe da audiência da comissão".

Uma caminhada, que reuniu centenas de pessoas, e uma missa marcaram o encerramento do dia de homenagens em Santa Maria (RS) pelo "aniversário" de três meses da tragédia da boate Kiss. Mais uma vez, familiares, amigos e sobreviventes colocaram suas emoções para fora, lembrando as 241 vítimas do incêndio na casa noturna, no dia 27 de janeiro
Uma caminhada, que reuniu centenas de pessoas, e uma missa marcaram o encerramento do dia de homenagens em Santa Maria (RS) pelo "aniversário" de três meses da tragédia da boate Kiss. Mais uma vez, familiares, amigos e sobreviventes colocaram suas emoções para fora, lembrando as 241 vítimas do incêndio na casa noturna, no dia 27 de janeiro
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra

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A preocupação, segundo Marques, é com a segurança de Kiko, já que não há a informação se o empresário seria levado até a Câmara de Vereadores para depor ou se membros da CPI iriam até a Penitenciária Estadual de Santa Maria para ouvi-lo. Segundo o advogado, Kiko sempre se dispôs a cooperar com as investigações. "Já havíamos tentado uma primeira conversa com a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) para que este encontro ocorresse. Kiko aguarda desde o primeiro dia de sua prisão a oportunidade de falar. Na CPI, ele estaria diante de todos os questionamentos que não pode responder até agora", disse.

Marques aguarda a definição e a convocação oficial da presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, a vereadora Maria de Lurdes Castro. Na manhã de terça-feira, o advogado da associação, Jonas Espig Stecca, fez um requerimento pedindo que sejam ouvidos na CPI, além de Kiko, o outro sócio da boate, Mauro Hoffmann, e o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB).

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

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Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas. 

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

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A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Fonte: Terra
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