Boate Kiss: caminhada e missa encerram o dia de homenagens em Santa Maria

28 abr 2013 - 00h52
(atualizado às 00h52)

Uma caminhada, que reuniu centenas de pessoas, e uma missa marcaram o encerramento do dia de homenagens em Santa Maria (RS) pelo "aniversário" de três meses da tragédia da boate Kiss. Mais uma vez, familiares, amigos e sobreviventes colocaram suas emoções para fora, lembrando as 241 vítimas do incêndio na casa noturna, no dia 27 de janeiro.  

A concentração foi no final da Avenida Rio Branco, junto à Praça Saldanha Marinho, no Centro. Sobre um caminhão de som, familiares das vítimas expuseram os motivos da criação do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, que organizou a caminhada Meu Partido É um Coração Partido, que ganhou esse nome para destacar que é um movimento sem ligações políticas.

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“Diversas transformações já estão acontecendo por causa da nossa luta. É crucial a nossa união. Não queremos vingança, queremos justiça”, destacou Marília Torres Ribeiro, prima-irmã de Flávia Torres, estudante de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que morreu na tragédia.

Antes do início da caminhada, às 18h foi feito um minuto de aplausos em homenagens às vítimas. Duas delas, Vinicius Silveira Marques de Mello e Augusto Sergio Krauspenhar da Silva, ganharam também um “Parabéns pra Você”, pois completariam 21 anos neste sábado.

A caminhada partiu rumo ao Santuário-Basílica da Medianeira pouco depois das 18h30 deste sábado, com a participação de aproximadamente 750 pessoas que vestiam camisetas com fotos das vítimas e seguravam faixas e cartazes. Alguns também carregavam velas. Ao longo do percurso pela Rua do Acampamento e pela Avenida Medianeira, 241 fitas brancas – que representavam a paz, a luta por justiça e as mudanças desejadas – e 241 fitas pretas, para simbolizar o luto e a dor sentida por familiares e amigos das vítimas, foram amarradas em postes e árvores.

A colocação das fitas uniu diferentes gerações. Uma dos participantes mais ativos era o pequeno Ruan Favarin, 9 anos, primo de Kellen Aline Karsten Favarin, que morreu na tragédia aos 24 anos. Aos 68 anos, a professora aposentada Inez Machado também participou. Ela colocou os adereços em árvores e postes, mesmo sem ter perdido familiar algum no incêndio da Kiss. “Na minha trajetória como professora, sempre dei aula para essa juventude que foi vítima da tragédia. Por isso, fiquei muito comovida”, comentou Inez.

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A professora é budista e tinha acabado de retornar de um retiro em Três Coroas (RS). Lá conheceu uma piauiense que fez questão de ir a Santa Maria e participar da caminhada. “Vim para recitar mantras para sarar o coração das mães que perderam seus filhos”, disse Enileida Maria do Rêgo Araújo, 52 anos, que é de Teresina (PI).

A caminhada chegou pouco antes das 20h no Santuário-Basílica da Medianeira, onde foi realizada uma missa em homenagem às vítimas, terminando o dia de manifestações alusivas à tragédia. 

Fonte: Terra
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