Papa diz a Dilma que ficou comovido com tragédia em Santa Maria

20 mar 2013 - 09h50
(atualizado às 10h24)

Ao se reunir com a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, o papa Francisco se disse comovido com a tragédia ocorrida em Santa Maria (RS), no dia 27 de janeiro, que deixou 239 mortos. Segundo a presidente, Francisco elogiou a forma como o Brasil reagiu à tragédia: com força e ternura. Dilma foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco, depois da cerimônia que marcou o início do seu pontificado, nesta terça.

<p>O papa Francisco recebeu a presidente brasileira no Vaticano</p>
O papa Francisco recebeu a presidente brasileira no Vaticano
Foto: Roberto Stuckert Filho / Agência Brasil

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"O papa disse: 'Eu fiquei muito comovido com a questão que ocorreu em Santa Maria. Eu acho que a gente tem na vida que demonstrar força e ternura''', contou Dilma. "Em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura", completou o papa.

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Em seguida, Dilma se disse impressionada com o estilo do papa. "É um papa muito modesto", ressaltou. "Eu acho que ele será um papa muito importante."

Incêndio na Boate Kiss

Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou mais de 240 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

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Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas. 

Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

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Agência Brasil
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