RS: coronel pede prorrogação de prazo de inquérito militar da Kiss

Mesmo assim, o IPM deve ser entregue ainda no mês de abril

27 mar 2013 - 19h30
(atualizado às 19h30)
<p>O incêndio na Boate Kiss na madrugada do dia 27 de janeiro deixou 241 pessoas mortas</p>
O incêndio na Boate Kiss na madrugada do dia 27 de janeiro deixou 241 pessoas mortas
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra

O coronel Flávio da Silva Lopes, que preside o Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), pediu mais tempo para a conclusão da investigação. O militar afirmou nesta quarta-feira que pretende entregar os documentos ainda em abril.

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O inquérito, instaurado em 29 de janeiro, já havia sido prorrogado, e o prazo acaba no dia 2 de abril. Segundo o coronel, a próxima prorrogação é válida por tempo indeterminado. "É uma prorrogação especial, mas, mesmo assim, o inquérito deve ser entregue no mês de abril", disse.

O IPM é uma investigação paralela à da Polícia Civil. Nela, a Polícia Militar apura possíveis irregularidades na fiscalização e na concessão de alvarás pelo Corpo de Bombeiros.

O coronel afirma que ainda deve fazer novas análises de documentos, perícias e oitivas. Cerca de 400 pessoas já foram ouvidas no IPM, entre elas os dois sócios da boate, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o Kiko, e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão. Todos eles estão presos na Penitenciária Estadual de Santa Maria.

Incêndio na Boate Kiss

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Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio deixou 241 mortos em Santa Maria (RS). O fogo na Boate Kiss começou por volta das 2h30, quando um integrante da banda que fazia show na festa universitária lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.

Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

Os mortos foram velados no Centro Desportivo Municipal, e a prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde prestou solidariedade aos parentes dos mortos.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas. 

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Quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investiga documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergem sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

No dia 25 de fevereiro, foi criada a Associação dos Pais e Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Boate Kiss em Santa Maria. A intenção é oferecer amparo psicológico a todas as famílias, lutar por ações de fiscalização e mudança de leis, acompanhar o inquérito policial e não deixar a tragédia cair no esquecimento.

Com informações da Agência Brasil.

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Fonte: Terra
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