Construído na década de 50 como forma de desafogar o trânsito crescente de quem vinha da avenida Brasil para chegar ao centro e zona sul do Rio de Janeiro, o Elevado da Perimetral foi implodido parcialmente na manhã deste domingo, na região portuária da capital fluminense.
De acordo com a Prefeitura, um total de 1,2 mil quilos de dinamite colocaram abaixo 1.050 metros de um total de 4.790 metros, no trecho entre a avenida Professor Pereira Reis e a rua Silvino Montenegro. O objetivo é permitir o avanço das obras da Via Expressa que ligará o aterro do Flamengo com a avenida Brasil e a ponte Rio-Niterói.
A derrubada deste trecho, entre a praça Mauá e o Gasômetro, é um marco na revitalização da região portuária, cartão de visitas do prefeito Eduardo Paes, que vem atraindo novos investimentos para uma região conhecida pela degradação e desinteresse imobiliário.
Paes acompanhou de perto a implosão. “Aconteceu tudo dentro do esperado. É um dia muito importante na história da cidade. A gente reencontra o centro e a região portuária”, disse ele.
O prefeito falou ainda sobre o significado da demolição do trecho: “A Perimetral representava o maior símbolo desse abandono. Ainda temos muito a fazer. Aqui, novas implosões e desmontes virão.” E concluiu: “A gente superou o primeiro desafio”.
A operação de demolição de parte do Elevado da Perimetral, acima da avenida Rodrigues Alves, envolveu 29 vãos e 232 vigas, que totalizaram cerca de 5 mil toneladas de concreto. Um total de 2.512 conjuntos de pneus e 2.240 estacas em tambores foram utilizados para amortecer o impacto da demolição no solo.
A partir de agora, equipes da Prefeitura e da concessionária Porto Novo, em seis frentes de trabalho, irão fazer o trabalho de limpeza na região com prazo estimado de duração de dois meses. A Prefeitura informou ainda que o concreto fruta da implosãoo será reciclado e novamente utilizado em obras nas ruas da região, enquanto que as vigas foram leiloadas na última quinta-feira.
O trecho do Elevado da Perimetral demolido neste domingo ficou interditado desde o último dia 2 de novembro. A avenida Rodrigues Alves, vital no trânsito da região, também esteve fechada ao trânsito por uma semana.
A Via Binário, construída para dar vazão ao tráfego com estas intervenções, mesmo com lentidão, está dando vazão ao fluxo de veículos, muito embora medidas como proibição de estacionamento na área, e os pedidos para que a população use transporte coletivo e, sobretudo, evite o máximo possível a região, têm surtido efeito. Até 2015, a circulação de carros na zona portuária sofrerá com lentidão enquanto todas as intervenções não ficam prontas.