Uber não tira corrida de taxistas, aponta Cade

14 dez 2015 - 18h25
(atualizado às 18h26)
O estudo comparou o uso do Uber com a utilização dos aplicativos 99Taxis e Easy Taxi, que também operam na modalidade porta-a-porta
O estudo comparou o uso do Uber com a utilização dos aplicativos 99Taxis e Easy Taxi, que também operam na modalidade porta-a-porta
Foto: Flickr/Senado Federal / O Financista

Um estudo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) divulgado nesta segunda-feira indicou que a entrada do Uber no mercado não fez com que os aplicativos de táxi perdessem corridas para o concorrente. Segundo o conselho, o Uber atende uma demanda reprimida, de pessoas que não usavam serviços dos taxistas. 

“Até o momento, o Uber não ‘usurpou’ parte considerável dos clientes dos táxis, nem comprometeu significativamente o negócio dos taxistas, mas sim gerou uma nova demanda”, explica o documento.

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O estudo - produzido pelo DEE (Departamento de Estudos Econômicos) do Cade – comparou o uso do Uber com a utilização dos aplicativos 99Taxis e Easy Taxi, que também operam na modalidade porta-a-porta.

Metodologia

Dois grupos foram analisados: o dos municípios já atendidos pelo Uber (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte) e o dos municípios que, até o momento da conclusão do trabalho, ainda não possuíam a tecnologia (Recife e Porto Alegre foram as capitais escolhidas). 

O Cade escolheu um período de tempo onde os aplicativos de corridas de táxis já operavam e onde o aplicativo do Uber não operava (outubro de 2014) e onde a entrada do aplicativo já poderia exercer algum efeito concorrencial (maio de 2015).

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As informações das corridas diárias - coletadas diretamente das empresas responsáveis pelos aplicativos de táxis 99Taxis e Easy Taxi - foram ainda separadas e reportadas por intervalos de uma hora, a fim de controlar a heterogeneidade do número de corridas por horário, dias da semana e do mês. Também foram coletadas informações sobre a frota de veículos particulares em cada um dos municípios dos dois grupos, para ambos os períodos analisados. 

Todas as corridas computadas foram realizadas em bandeira um.

Resultados

De acordo com o estudo, assinado pelo economista-chefe do Cade Luiz Alberto Esteves, os resultados obtidos não fornecem qualquer evidência de que o número de corridas de táxis contratadas nos municípios do primeiro grupo tenham apresentado desempenho inferior ao do segundo. Ou seja, a variação dos números de corridas não está lidaga à chegada do Uber.

O estudo destaca que os resultados obtidos devem ser interpretados "com a devida cautela", já que o fato de os serviços prestados pelo Uber não estarem no mesmo mercado dos serviços prestados pelos aplicativos 99Taxis e Easy Taxi não elimina a possibilidade de compor o mesmo mercado relevante no futuro.

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Em setembro, o DEE já havia divulgado um trabalho sobre o tema.

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