vc repórter: casas ficam 9 dias sem água na zona sul de SP

Acostumados há anos a receber água apenas à noite, os moradores do bairro Jardim Colonial acharam que seria apenas mais uma falta de água passageira e usaram toda a reserva que mantinham em caixas d'águas

2 fev 2015 - 17h38
(atualizado em 3/2/2015 às 08h48)

Residências do bairro Jardim Colonial, zona sul de São Paulo, passaram nove dias, entre 22 e 30, sem receber a água fornecida pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Diversos moradores registraram queixas, porém , segundo a leitora Meire Barbosa da Silva, a empresa “empurrou com a barriga” a solução do problema.

Moradora da rua Joaquim Ribeiro, Meire afirmou que o bairro já vive em sistema de racionamento há muitos anos. “Por ser um bairro alto, há anos, a água só chega à noite. Não tem pressão para chegar durante o dia, quando os bairros próximos estão usando água”, contou. A leitora disse que todas as casas da região possuem caixas d’água, para não depender da água da rua. Porém, apesar da diminuição da pressão, ninguém estava contando com uma interrupção tão longa no abastecimento

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Leitora filma falta de água em casa na zona sul de São Paulo
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“Sempre ficamos sem água por um ou dois dias. Quando acontece isso, usamos a da caixa. Mas, no dia 22, simplesmente fecharam e não avisaram nada para a gente. No site e no 195, a Sabesp informava que a situação estava normal ”, relatou. De acordo com Meire, sem saber que ficariam sem água por tanto tempo, os moradores seguiram os procedimentos de costume e utilizaram a reserva das caixas d’água. “Na segunda-feira, ninguém tinha uma gota de água para usar. Por quatro dias, não chegou água em horário nenhum. Tivemos que comprar e buscar na casa de outras pessoas”, afirmou.

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Segundo a leitora, uma das justificativas dadas pela Sabesp foi um problema técnico causado pela queda de um raio. “Diziam que a água ia voltar à noite. Chegava a noite, não tinha. Ligávamos e eles diziam que ia voltar de manhã. Não voltava. Ligávamos novamente e diziam que ia voltar no início da tarde. Não voltava. Aí, ligávamos de novo e diziam que voltaria à noite. Não voltava. Foram nos empurrando com a barriga”, criticou. “O triste é que ficamos no escuro, sem saber o que fazer! Cheguei à conclusão de que o racionamento de cinco dias já havia começado aqui”, lamentou.

Procurada pelo Terra, a Sabesp informou que a rua Joaquim Ribeiro está localizada no ponto mais alto da região, o que dificulta o abastecimento, já agravado pelas altas temperaturas. A companhia disse que, para amenizar a situação, está executando obras de reforços nas redes de água e instalando um novo conjunto de bombas, que vai aumentar a oferta de água para a região. O final das obras está previsto para daqui a cerca de 60 dias.

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A empresa ressaltou que a região em questão faz parte do programa de redução de pressão nas tubulações, promovida para reduzir as perdas de água. No entanto, a Sabesp não respondeu ao ser questionada sobre a possibilidade de um racionamento severo, divulgada recentemente por um dirigente da companhia, no qual as residências passariam dois dias com água e cinco dias sem.

Meire afirmou que, mesmo após diversas queixas registradas, apenas depois do contato da reportagem com a empresa, um técnico foi enviado ao local. “Disse que o abastecimento estava normal, mas que deveria haver algum problema técnico impedindo a chegada da água ao nosso bairro. Bolhas, talvez. Ele ficou de ir a um bairro próximo para abrir o registro e a água vir para encher um pouco a caixa”, contou.

De acordo com a leitora, o profissional, antes de ir embora, se comprometeu a voltar mais tarde e a mandar uma pessoa para colocar um lacre no relógio. “Não voltou. Na sexta-feira, nada de água na torneira. Liguei lá e descobri que ele encerrou a ocorrência, registrou que o abastecimento estava normal e ainda informou que houve aumento de consumo no local, o que não procedia. Eu nem água tenho, como vou consumir?”, disse. “Eu abri uma nova reclamação e o atendente ficou de encaminhar. Ninguém apareceu”, afirmou.

Meire contou que a água só voltou no sábado. No último domingo, o fornecimento começou a partir das 8h, mas sem pressão. Nesta segunda-feira, a água ficou com pressão por duas horas, mas, por volta das 13h, já estava reduzida.

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A leitora Meire Barbosa da Silva, de São Paulo (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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