Vereadores de São Roque vão investigar Instituto Royal

22 out 2013 - 20h51
(atualizado às 20h55)
Ativista carrega beagle nos braços
Ativista carrega beagle nos braços
Foto: Facebook / Reprodução

Os vereadores da Câmara Municipal de São Roque (SP) instauraram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar as ações do Instituto Royal no município. Nesta terça-feira, ocorreu a primeira reunião da comissão. A comissão é presidida pelo vereador Marcos Augusto Issa Henriques de Araújo, com relatoria de Flávio Andrade de Brito e vice-presidência de Adenilson Correia.

Em sua primeira reunião, a comissão decidiu encaminhar ofícios aos órgãos públicos competentes para solicitar cópias de licenças, alvarás e de outros documentos necessários para o funcionamento do Instituto Royal. Também será enviado um requerimento ao Departamento de Planejamento da prefeitura solicitando informações sobre a adequação do local. A comissão também pretende convocar servidores públicos e ex-funcionários do instituto para prestar esclarecimentos.

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Os trabalhos da comissão terão o prazo de 90 dias para serem concluídos, podendo ser prorrogado. Os encontros serão feitos sempre às quartas-feiras.

Também hoje foi criada uma comissão externa na Câmara dos Deputados para investigar o instituto. A comissão será coordenada pelo deputado federal Delegado Protógenes (PCdoB-SP), com relatoria do deputado Ricardo tripoli (PSDB-SP). A comissão pretende investigar os prejuízos decorrentes da invasão ao instituto e apurar se a empresa maltratava os animais.

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Ativistas retiram animais de instituto 

Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

Você sabia? Por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

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Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

Agência Brasil
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