A polícia acredita ter obtido por meio de câmeras de segurança imagens que mostram a possível fuga de suspeitos após a vice-cônsul da Colômbia em São Paulo, Claudia Ortiz Vaca, ter sido baleada durante tentativa de assalto na Avenida Nove de Julho, nos Jardins, na região central da capital paulista, na manhã desta sexta-feira, 14.
As imagens, obtidas pelo Estadão, mostram três homens correndo por uma rua. Eles entram em um carro Volkswagen, modelo Nivus, branco, que está estacionado e partem em seguida.
Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher dentro de um táxi foi abordada pelos ladrões. Um policial militar de folga interveio, e disparou contra os três bandidos. A diplomata, que passava a pé pela avenida, foi atingida na altura da cintura.
A perícia preliminar aponta que houve pelo menos quatro disparos, mas apenas um teria atingido a vítima. Conforme o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia tem quadro de saúde estável. Ela foi levada ao Hospital Albert Einstein.
A polícia apura a participação de três suspeitos no crime. Um dos suspeitos - Bruno Narbutis Borin, de 19 anos - foi detido. Conforme informações preliminares da polícia, ele tem duas passagens por tráfico de droga, três por furto e uma por latrocínio. Ele dirigia o carro utilizado na fuga, que foi apreendido pela polícia. Os outros dois suspeitos fugiram a pé.
A defesa dos suspeitos diz que só houve disparos da parte do policial. "Não houve, em momento algum, troca de tiro. Tanto que, no depoimento do policial, ele afirma que não houve troca de tiro. O que eles evidenciam é que houve uma 'movimentação estranha', e, nesse momento, na tentativa de roubo, o policial à paisana desferiu tiros para acertar os supostos meliantes e acabou acertando, evidentemente, a vítima", diz o advogado Lucas Marques. "Não existia arma, (os suspeitos) não estavam armados", continua.
A Polícia Civil segue atrás de outros integrantes da quadrilha. Equipes da Corregedoria da PM e o Itamaraty também acompanham o caso.
Como foi a abordagem dos ladrões
Uma empresária de 43 anos estava distraída em um táxi, por volta das 7h40 da manhã. Ela ia para Barra Funda, na zona oeste, de onde tomaria um ônibus para São Sebastião, no litoral norte, para visitar a irmã, segundo contou em depoimento. O motorista do táxi conta ter visto dois ladrões se aproximarem e um deles quebrou o vidro.
Como o celular da mulher caiu no chão do veículo, um dos bandidos mergulhou dentro do carro. Ele começou a lutar com a vítima para pegar o telefone, enquanto ela gritava e tentava se esquivar da área onde havia vidro quebrado.
O taxista afirma que pegou um pela camisa, mas o outro fez menção de ter uma arma e, por isso, ele soltou o ladrão. Na sequência, ele relata ter avançado com o automóvel, um Toyota Corolla Cross, e ouvido disparos.
Segundo o boletim de ocorrência, o PM de folga relata que estava em um carro de aplicativo quando percebeu que ocorria um crime a alguns metros de distância. Ao perceber um volume na cintura de um dos assaltantes, ele conta ter se identificado como policial.
Onda de crimes violentos preocupa
Em 2024, os roubos caíram na capital, mas a repercussão de crimes com emprego da violência tem aumentado a percepção de insegurança na cidade.
Na semana passada, um homem de 55 anos foi baleado durante assalto dentro de uma padaria na Rua Simão Álvares, em Pinheiros, zona oeste. O ataque ocorreu apenas um dia após outro homem ser baleado em tentativa de roubo no bairro, na Rua Capote Valente.
Há um mês, o ciclista Vitor Medrado, de 46 anos, foi morto a tiros nas proximidades do Parque do Povo, no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo. Ele estava em sua bicicleta quando foi abordado por assaltantes.