Após os ataques em que 35 ônibus foram incendiados por criminosos no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 23, as autoridades buscam por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, Danilo Dias Lima, o Tandera, e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha. Os três estão envolvidos na disputa por território de facções em vários pontos do estado.
"Esses três criminosos, Zinho, Tandera e Abelha, não descansaremos enquanto não prendermos eles", prometeu o governador do Rio, Cláudio Castro, em uma coletiva na tarde de segunda.
A ação contra ônibus que ocorreu no Rio foi a maior em um único dia, segundo informações da GloboNews, e ocorreu após a morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteus. Ele foi morto em confronto com agentes da Polícia Civil, na comunidade de Três Pontes, no bairro de Santa Cruz. O miliciano era apontado como número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, o Zinho, que atua na zona oeste da cidade.
Quem são os criminosos procurados
Zinho
Zinho, é tio de Faustão e irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, que chefiava a Liga da Justiça, a maior milícia fluminense. Com a morte de Ecko, Zinho é quem está à frente da organização criminosa. De acordo com o jornal O Globo, ele não passou por nenhuma força policial, mas, antes de comandar o grupo, era responsável pela contabilidade e lavagem de dinheiro.
Além de Ecko, outro irmão de Zinho já chefiou a associação criminosa, Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. Conforme o Disque Denúncia, promotores do Ministério Público levantaram que o criminoso também é o sócio de duas empresas que fazem extração de saibro.
Ainda segundo O Globo, Zinho arrecada entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões mensais, na região que engloba a maior parte dos bairros de Santa Cruz, Campo Grande e Paciência. Grande parte do dinheiro é proveniente do transporte alternativo. Ele já foi preso por porte Ilegal de arma de fogo e associação criminosa.
Tandera
Danilo Dias Lima, o Tandera, de 37 anos, é considerado foragido da Justiça desde novembro de 2016. Ele já foi parceiro de Ecko e Zinho, mas rompeu com o grupo e se aliou ao miliciano Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho. O Globo aponta que eles passaram a liderar e controlar Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu, cidades localizadas na Baixada Fluminense.
Hoje, Tandera é líder do grupo Milícia na Baixada, segundo o Disque Denúncia. A suspeita é de que o criminoso lave dinheiro vindo de atividade criminosa da milícia, por meio de operações de criptomoedas e da aquisição de bens de luxo, como mansões, cavalos de raça e carros, entre outros.
As principais fontes de renda são a exploração de comerciantes, por meio da cobrança da taxa de segurança, monopólio da distribuição de cigarros contrabandeados, exploração da distribuição clandestina de TV a cabo e comercialização de botijões de gás. Tatuado com o Olho de Tandera, símbolo do desenho Thundercats, o miliciano é conhecido por ser extremamente violento, e andar sempre com um fuzil e seguranças. Há contra ele mandados de prisão pelos crimes de extorsão e organização criminosa.
Abelha
Wilton Carlos Rabelho Quintanilha é uma das principais lideranças do Comando Vermelho nas ruas. Conforme a polícia, ele saiu pela porta da frente do Complexo de Bangu, mesmo com mandado de prisão ativo, no dia 27 de julho de 2021. A suspeita é de que ele está escondido no Complexo da Penha, na zona norte do Rio, junto com Edgar Alves de Andrade, o Doca.
Abelha é acusado de matar Ana Cristina da Silva, de 25 anos, atingida por disparos de fuzil na cabeça e na barriga em 2021, durante a invasão de seu grupo ao Morro de São Carlos. A vítima estava indo com o filho para o bar onde trabalhava, quando ficou no meio do tiroteio. No momento dos disparos, ela se curvou sobre o filho de 3 anos para protegê-lo,