Cientistas encontraram nas Filipinas as primeiras espécies vivas de um raro molusco aquático gigante.
Conhecida como teredo-gigante (Kuphus polythalamia), a "rara e enigmática" espécie passa sua vida protegida por uma concha tubular, parecida com um chifre de elefante, e com sua cabeça submersa na lama, da qual se alimenta.
Conchas encontradas ainda no século 18 foram as primeiras pistas da existência do molusco, e há alguns exemplares mortos preservados em etanol em coleções ao redor do mundo. Mas essas são as primeiras espécies encontradas vivas.
No total, cientistas dos EUA, Filipinas e França encontraram cinco moluscos numa baía na ilha de Mindanau, nas Filipinas.
Os detalhes da descoberta foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States America (PNAS).
O vídeo acima mostra cientistas cuidadosamente cortando uma extremidade da concha do molusco, e uma longa e fina criatura negra é observada escorregando para fora da concha.
Essa rara criatura gigante pode atingir 1,55 m de comprimento e 6 cm de diâmetro.
Outras espécies da família de moluscos aquáticos vermiformes, como o Teredo navalis, são bem menores e não passam de 1 m de comprimento e 1 cm de diâmetro.
Em geral, se alimentam de madeira apodrecida e, por isso, costumam cavar galerias em embarcações.
Mas esse molusco não é excêntrico apenas pelo tamanho, e sim por se alimentar de lama e sedimentos marinhos, usando para isso um tipo de bactéria.
Por causa disso, possui um aparelho digestivo muito menor do que o de outros moluscos.
O animal secreta uma substância que vai sedimentando a concha que o abriga, formada de carbonato de cálcio.
Segundo os cientistas, também cria uma capa rígida em sua cabeça, que é reabsorvida pelo molusco quando ele quer se enterrar mais na lama.