O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro para "falar um pouco mais" sobre a Covid-19 para a população diante da curva de casos que se mantém em crescimento, com novos recordes de registros de casos e mortes em 24 horas nesta quarta-feira.
Teich disse que o governo federal vai intensificar a comunicação com a sociedade por meio de campanhas de publicidade, atendendo ao pedido do presidente.
"Conversando com o presidente ontem ele disse que deveria falar um pouco mais sobre a doença. Intensificar essa comunicação é importante", disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
Segundo Teich, não será uma propaganda, mas uma orientação. Ele disse que as questões deverão ser tratadas regionalmente, levando em conta as especificidades de cada local, e não como uma espécie de "média Brasil".
Teich destacou que a estratégia de cada local vai depender da evolução da Covid-19. Para alguns locais, a recomendação do governo federal será pelo cumprimento das medidas de isolamento social, mas outros podem ser recomendados apenas a melhorar a higiene.
O ministro afirmou que a campanha não vai demorar para ser lançada, mas adiantou que não vai ser nos próximos dias. "Não quero me comprometer com uma data exata", disse.
Teich não deu detalhes também sobre quais meios serão utilizados para a divulgação das peças -- se em meios de comunicação tradicionais, como TV e jornais, ou em redes sociais.
Nesta quarta-feira o ministro falou pela primeira vez sobre a possível aplicação de bloqueios completos, os chamados lockdowns, como ferramenta para conter o coronavírus.
"A gente vê que não estamos entrando numa descendente", disse. "Número fala por si só, a gente não está tendo uma linha de queda", reforçou.
O Brasil registrou nesta quarta-feira recordes diários tanto de novos casos de coronavírus, com a contabilização de mais 10.503 infecções, quanto de mortes em decorrência da Covid-19, com a confirmação de mais 615 óbitos, informou o Ministério da Saúde.
Com os números, o país passa a contar com 125.218 casos do novo coronavírus e 8.536 mortes pela doença, o que indica uma taxa de letalidade de 6,8%, acrescentou a pasta.