O cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, lotado no Consulado da Alemanha no Rio de Janeiro, deve passar por uma audiência de custódia neste domingo, 7, após ter sido preso na noite de sábado por suspeita de envolvimento na morte do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot, de 52 anos.
Os dois eram casados há 23 anos e atualmente viviam em uma cobertura no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. O consulado alemão no Rio de Janeiro e a embaixada da Alemanha no Brasil não haviam se pronunciado sobre o caso até o início da manhã deste domingo.
Na noite de sexta-feira, serviços de emergência foram chamados para socorrer Biot. Segundo alegações de Hahn, o marido havia tido um mal súbito, caído e batido a cabeça. Os médicos encontraram a vítima com parada cardiorrespiratória e várias lesões. O corpo foi enviado ao Instituo Médico Legal (IML) para perícia, que constatou múltiplas lesões, incompatíveis com o relato do cônsul.
No sábado, enquanto aguardava no IML, Hahn foi ouvido novamente pela polícia e, diante de contradições, preso.
Vestígios de crime violento
A prisão foi corroborada por perícia feita no apartamento do casal, que encontrou cenário suspeito, indicando que Biot teve uma morte violenta. O apartamento havia sido recém limpo. Segundo uma secretária do cônsul, a limpeza foi feita pois um cachorro estaria lambendo poças de sangue, informou o portal de notícias G1. Com uso de luminol, os peritos também detectaram manchas de sangue em uma poltrona, que teria sido recém-lavada
Segundo a delegada Camila Lourenço, da 14ª Delegacia de Polícia, no Lebron, o laudo pericial aponta que o belga sofreu traumatismo craniano provocado por uma lesão na nuca, além de machucados no rosto, peito, barriga, pernas e nádegas.
De acordo com o jornal O Dia, pelo menos 30 lesões foram encontradas no corpo, entre elas uma grande lesão entre a barriga e o tórax, compatível com um pisão - que indica que a vítima pode ter sido imobilizada. Ainda segundo o jornal, a polícia apreendeu um bastão, que pode ter sido usado nas agressões.
"O corpo fala as circunstâncias de sua morte. Há diversas evidências de que houve uma morte violenta. Há marcas de pisadura no tórax, golpes de instrumento cilíndrico no tórax, ele foi golpeado, foi agredido. A versão de que ele teria caído de rosto para o chão não se sustenta", afirmou a delegada, de acordo com o jornal O Dia.
"Na perícia local, diversas evidências reforçam que houve um homicídio, sim", afirmou Lourenço, segundo o G1.
le (ots)